Danos em órgãos são relatados em pacientes com COVID-19 prolongado

Wilson Smith

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De acordo com um estudo recente de pesquisadores do Reino Unido, quase 60% dos indivíduos que tiveram COVID-19 mais de uma vez apresentaram sinais de danos nos órgãos um ano após a doença inicial. Essa é a mais recente evidência dos efeitos a longo prazo do vírus.

“Vários estudos confirmam a persistência dos sintomas em indivíduos com COVID-19 prolongados por até um ano. Foi descoberto agora, que três em cada cinco pessoas que contraíram o vírus de maneira sucessiva tiveram o comprometimento em pelo menos um órgão, e um em cada quatro, o comprometimento foi de dois ou mais órgãos, em alguns casos não houve sintomas. O impacto na qualidade de vida e no afastamento do trabalho, principalmente nos profissionais de saúde é uma grande preocupação para os indivíduos, sistemas de saúde e economias”, escreveram os pesquisadores.

O estudo publicado no Journal of the Royal Society of Medicine no mês passado analisou 536 pacientes com COVID-19 ainda relatando falta de ar extrema, disfunção cognitiva e má qualidade de vida relacionada à saúde. Entre eles, 32% eram profissionais de saúde e 13% foram hospitalizados quando inicialmente diagnosticados com COVID-19. A idade média dos pacientes é de 45 anos e 73% desses são mulheres.

Mais de 60% dos pacientes apresentaram algum grau de comprometimento de órgãos em seis meses, embora a maioria apresentasse apenas comprometimento leve, esse número foi inalterado um ano após o diagnóstico. O estudo constatou ainda, que 29% dos pacientes apresentavam danos a vários órgãos em seis meses e 27% após um ano.

Jason Maley, professor assistente de medicina na Harvard Medical School e diretor da Long COVID Clinic do Beth Israel Deaconess Medical Center, disse que as descobertas do estudo podem ajudar a mostrar as consequências da doença além dos sintomas relatados pelos pacientes e podem ser úteis no desenvolvimento de medidas preventivas contra o prolongamento do COVID-19.

Segundo Marley, “O comprometimento dos órgãos não está necessariamente ligado aos sintomas, mesmo que existam na mesma parte do corpo, mas a nova pesquisa pode ser expandida testando se o tratamento de danos aos órgãos também ajuda a tratar os sintomas prolongados do COVID, finalizou o professor.

Os autores do estudo observaram que “Não havia histórico e exames de imagem antes da pandemia, portanto, é difícil determinar se o COVID-19 prolongado foi o principal causador dos danos aos órgãos”, conclui os pesquisadores. 

 

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V12 - 2019 | Nº 78
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