Não vamos deixar a peteca cair em 2024!

Heloísa Galvão

Estamos entrando 2024 com muitas perspectivas de coisas boas acontecendo, apesar dos tempos difíceis que atravessamos. Podemos dizer que já vivemos um quarto do século 21, que começou com os atentados terroristas de 2001, que impactaram a forma como os imigrantes são vistos.

A situação mundial se deteriorou nas últimas décadas de forma dramática e, temo, irreversível em alguns momentos, mas em Massachusetts chegamos ao ano novo com algum crédito. 2023 foi um ano histórico para imigrantes, o ano em que conquistamos, finalmente, o direito de tirar a carteira de motorista. A luta foi dura mas vencemos, mas nossa tarefa não está concluída.

Este ano queremos que deputados e senadores estaduais aprovem o projeto comunidades seguras, para garantir que policias não exerçam a função de agentes de imigração. Queremos direitos trabalhistas assegurados em lei, como a responsabilidade dos patrões e patroas de pagarem hora-extra e salários justos ,e exigimos acesso justo e igualitário à cuidados de saúde para todos os residentes do estado.

Um dos programas mais importantes, que aliás estava incluído no orçamento do estado é a assistência cash (TAFDC e EAEDC) para famílias. O valor atualmente dado para famílias é abaixo da linha de pobreza federal. Infelizmente, a governadora Maura Healey cortou este benefício do orçamento mas estamos reivindicando que ela reconsidere.

Todos nós sabemos como está difícil colocar comida na mesa, pagar as contas de utilidade – o aquecimento está muito caro! -, comprar roupa, remédios, o mínimo que precisamos para viver com dignidade

Artigo da CNBC baseado em uma pesquisa aponta que em 12 estados do país uma família de quatro precisa ganhar mais de US$100,000. Massachusetts é o segundo da lista, depois do Hawai, onde uma família de quatro precisa de US$182,900. Em Massachusetts, esta mesma família precisa de US$142,341.

Qual a família imigrante, sem documento, sem inglês, fazendo biscates aqui e ali, ganha isso? Um dos fatores que contribuem para o alto custo de vida é o preço da moradia. Temos um número incalculável de famílias morando na rua, nos carros, procurando abrigo ou morando amontoada em apartamentos lotados e, muitas vezes, infestados de “bedbugs” e baratas. Muita gente está passando necessidade, se alimentando mal, trabalhando sem condições, ficando doente sem acesso a tratamento de saúde adequado.

Vale à pena?

Nós emigramos em busca da dignidade que não experimentamos em nosso país, para dar um sentido a nossa existência e garantir que nossos filhos tenham um futuro digno. Sabemos que isso não cai do céu. Nossa comunidade trabalha duro e conquistou a carteira e motorista porque  foi à luta.

Não vamos deixar a peteca cair em 2024!

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