Nova York quer desencorajar os motoristas a continuar contribuindo para um dos trânsitos mais intensos do mundo, cobrando um pedágio no valor em torno de US$15.
O programa de preços de congestionamento em Nova York está na fase de concluir os detalhes finais. Um grupo de consultores vai definir qual sera o preço recomendado. Mas parece que o valor provável que a maioria dos condutores terá de pagar sera mesmo 15 dólares para entrar em algumas das ruas mais movimentadas de Manhattan já em marco do ano que vem.
Autoridades locais pretendem arrecadar com os pedágios cerca de US$ 1 bilhão anualmente para financiar melhorias nas redes de metrô e ônibus da cidade. Mas o programa ainda enfrenta alguns obstáculos, incluindo uma votação final que vai ser feita entre os líderes do trânsito e uma contestação legal das autoridades de Nova Jersey. Mas depois de várias tentativas fracassadas ao longo de décadas, Nova Iorque parece preparada para se juntar a um punhado de outros centros globais com um programa que visa encorajar a utilização do transporte público, reduzir a poluição e desobstruir algumas das ruas mais congestionadas do mundo – aproximadamente um terço do sul de Manhattan.
Os carros provavelmente irão pagar um pedágio de até US$ 15 para entrar em Manhattan, abaixo da rua 60, uma vez por dia. Os caminhões comerciais vão pagar até US$ 36. Os táxis terão de adicionar US$ 1,25 por tarifa, e aplicativos de carona como Uber e Lyft acrescentarão US$ 2,50 extras por viagem. Londres, Estocolmo e Singapura têm programas de congestionamento em funcionamento que são considerados modelos porque conseguiram controlar o trânsito com sucesso. A proposta de Nova York custaria a um motorista típico um pouco menos do que a de Londres e um pouco mais do que a de Estocolmo. O departamento de Transportes da cidade, que supervisiona o programa, ainda pode fazer ajustes na estrutura de preços. Em breve o relatório do grupo consultivo sera divulgado e aberto à opinião pública. Deixando claro que os oponentes da tarifação do congestionamento ainda estão tentando inviabilizá-la nos tribunais.
O plano ficou paralisado durante décadas devido a uma série de reclamações de passageiros e de líderes cívicos e empresariais. Muitos motoristas temiam ter de pagar novos pedágios além dos já existentes, e outros críticos temiam que o transito e a poluição fossem desviados para outras partes da cidade. Especialistas em planeamento urbano afirmaram que mesmo que o programa atinja os objetivos pretendidos, as autoridades locais devem monitorizar de perto os efeitos e fazer ajustes se houver quaisquer efeitos negativos.
Vários grupos entraram na justiça pedindo isenções, incluindo motoristas de táxi e Uber e moradores dos subúrbios, atrasando a aprovação do programa. A objeção mais agressiva veio dos legisladores de Nova Jersey, que processaram o governo federal em julho por aprovar o plano. As autoridades daquele estado citaram preocupações de que os pedágios representariam encargos financeiros e ambientais injustos para os residentes, já que muita gente mora em New Jersey, mas trabalha em Nova York. O processo ainda não foi resolvido na justiça.