Temperaturas elevadas contribuem para proliferação de ratos em Boston

Wilson Smith

Rat

Boston e várias outras cidades dos EUA registraram um aumento na população de ratos na última década devido a elevação das temperaturas e à maior densidade populacional nos bairros e consequentemente do lixo, de acordo com um estudo publicado em 31 de janeiro.

O estudo, publicado na revista Science, analisou dados do serviço 311 de Boston e estimou que, entre 2011 e 2021, a população de ratos na cidade aumentou 53%, segundo Jonathan Richardson, professor de biologia da Universidade de Richmond, na Virgínia, e principal autor da pesquisa.

A população humana de Boston cresceu cerca de 9% entre 2011 e 2020, de acordo com dados do censo dos EUA, um aumento maior do que na década anterior. Desde o início dos registros científicos, no começo do século 20, a temperatura da cidade subiu mais de 3 graus Fahrenheit, o que proporciona mais dias por ano para que os ratos busquem alimento, se reproduzam e se tornem hóspedes indesejáveis e potencialmente perigosos, afirmou Richardson.

“As pessoas podem adoecer; há um impacto na saúde pública. Além disso, a proximidade com os ratos também pode gerar impactos na saúde mental”, disse Richardson. 

Há muito mais ratos em áreas urbanas do que em áreas rurais, segundo o estudo, porque esses animais dependem dos recursos humanos. A atividade dos ratos também está relacionada à temperatura, apontaram os pesquisadores.

“O aumento das temperaturas, seja devido às mudanças climáticas ou ao fenômeno das ilhas de calor urbanas, pode prolongar o período sazonal de busca de alimentos e o período ativo de reprodução dos ratos, favorecendo o crescimento populacional”, escreveram os pesquisadores.

O estudo concluiu que “As cidades que tiveram um maior aumento de temperatura ao longo do tempo também registraram um aumento maior nas ocorrências de ratos”.

Os governos municipais praticamente não têm controle sobre as mudanças climáticas, disse John Ulrich, comissário assistente de Serviços Ambientais, ao Boston Globe. Por isso, as comunidades e as administrações locais devem trabalhar para combater o principal fator que impulsiona a atividade dos ratos: o desperdício de alimentos.

“Nós não decidimos o quão frio será ou a quantidade de neve que cairá, mas temos controle sobre a questão do saneamento”, afirmou Ulrich.

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