Uma mulher de Everett disse que está processando uma fazenda em Danvers por agressão e discriminação, após uma situação que ela e sua irmã tiveram com um funcionário depois de um dia de colheita de maçãs com seus filhos.
Nicole Pepin, de 28 anos, disse em entrevista ao The Boston Globe, ontem (17), que ela e seus familiares foram acusados injustamente de esconder maçãs roubadas no fundo de um carrinho de bebê enquanto deixavam a Connors Farm em Danvers no dia 5 de outubro. Pepin, que é hispânica, acredita que foram alvos de discriminação, já que famílias brancas na fazenda não enfrentaram a mesma situação.
Pepin relatou que um funcionário da fazenda queria revistar o carrinho de bebê de sua irmã quando estavam saindo do pomar, mas sua irmã se recusou. Ela afirmou que o carrinho estava carregado com moletons e um cobertor de bebê.
“Algumas famílias brancas com carrinhos saíram logo atrás de nós, e também uma antes de nós, e eles não pediram nada a elas. Achei que talvez fosse porque nosso carrinho estava cheio de coisas, mas os outros carrinhos também estavam cheios”, disse Pepin.
Mensagens deixadas na Connors Farm em busca de comentários não foram respondidas, e várias ligações feitas para a fazenda na quinta-feira (17) também não foram atendidas.
Pepin, sua irmã e seus filhos, junto com uma amiga que levou seus filhos, foram seguidos até o estacionamento do outro lado da rua por outro funcionário, que confrontou a família perto do carro e começou a filmá-los com o celular, de acordo com um relatório policial. O confronto escalou e se tornou físico, com Pepin e o funcionário alegando que foram agredidos, segundo o relatório.
Pepin disse que acusou o segundo funcionário de ser racista, mas, ao longo do dia, se questionou se havia exagerado. Isso mudou quando ela recebeu uma cópia do relatório policial e soube que o proprietário da fazenda supostamente fez comentários depreciativos dizendo a um policial: “Olhe para essas pessoas, temos muitos problemas aqui e você poderia prender metade delas”.
“Ficou muito claro que [nome oculto] estava se referindo às muitas minorias raciais na multidão e insinuando que eram criminosos”, escreveu o policial no relatório.
“Quando vi o relatório policial, pensei: está vendo? Eu sabia que não estava enlouquecendo, sabia que não era só a minha cabeça me confundindo. Fiquei magoada, não só por mim, mas por todos a quem ele estava se referindo… Ele estava se referindo a pessoas que estavam lá gastando seu dinheiro suado para colocar comida na mesa dele, e para ele se referir a elas dessa maneira foi muito errado”, disse Pepin.
Pepin disse que estavam se divertindo na fazenda antes do incidente. Eles passaram cerca de quatro horas aproveitando várias atividades naquela tarde, incluindo passeios de feno e trampolins infláveis, antes de irem colher maçãs. Ela estimou que gastaram cerca de 300 dólares até o final da visita.
Pepin afirmou que a interação foi perturbadora para seus filhos, gêmeos de 4 anos. Sua irmã também levou dois filhos, e a amiga trouxe três crianças. As idades das crianças variavam de 5 meses a 15 anos.
Durante o confronto, Pepin disse que o funcionário pegou seu celular e o jogou para longe após atingir seu braço e empurrá-la, e ela revidou.
“Meu filho agora está aterrorizado com a colheita de maçãs. Ele diz que não quer mais colher maçãs porque não quer que o homem velho brigue com a mamãe e pegue o celular dela”, disse Pepin.
A Connors Farm já enfrentou acusações anteriores de discriminação racial durante a temporada de colheita de maçãs. Em 2021, um casal negro de Cambridge afirmou que foi acusado injustamente de roubar maçãs por dois seguranças e um gerente.
O proprietário da fazenda, Robert Connors, disse, após a acusação, que havia enviado um e-mail ao casal pedindo desculpas e que “Não toleramos racismo”.