Harvard diz não às exigências de Trump

Marcony Almeida

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Advogados da Harvard University disseram, hoje (14), que a instituição não cumprirá uma nova lista de exigências enviada pelo governo Trump, como parte do que o governo descreve como uma repressão ao antissemitismo e às supostas violações dos direitos civis em universidades de elite.

As novas exigências complementam uma lista anterior enviada aos líderes de Harvard, em 3 de abril, que ordenava à universidade o fechamento de escritórios de diversidade e a cooperação com as autoridades federais de imigração, entre outras diretrizes — sob o risco de cancelamento de bilhões de dólares em financiamento federal para pesquisa.

A nova lista de demandas enviada nesta última sexta-feir afirmava que a universidade deve “reformar” a forma como admite estudantes internacionais para filtrar qualquer pessoa “hostil” aos “valores americanos” ou “apoiadora do terrorismo ou antissemitismo”. Também ordenou que Harvard audite uma lista de programas acadêmicos específicos supostamente com “históricos flagrantes de antissemitismo ou outro preconceito”.

Em uma mensagem para todo o campus universitário, o reitor da Harvard, Alan Garber, prometeu não ceder às “demandas sem precedentes feitas pelo governo federal para controlar a comunidade de Harvard”.

A Universidade não abrirá mão de sua independência nem de seus direitos constitucionais”, disse Garber.

A posição da universidade é a reação mais contundente até o momento à repressão do governo Trump às universidades de elite. Ela contrasta fortemente com a abordagem adotada pelos líderes da Columbia University, que concordaram com uma lista de exigências do governo Trump no mês passado. A Columbia prometeu mudar os procedimentos disciplinares estudantis e colocar um departamento de estudos do Oriente Médio sob nova supervisão, entre outras medidas.

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