Recentes estudos científicos da “American Chemical Society“ trouxeram à tona uma descoberta preocupante sobre um hábito comum: mastigar chiclete. Pesquisas recentes indicam que as gomas de mascar podem liberar microplásticos na saliva, o que levanta questões sobre os impactos à saúde e ao meio ambiente.
As gomas de mascar, especialmente as mais comuns no mercado, contêm uma variedade de ingredientes, incluindo substâncias sintéticas como o polímero base, que, ao ser mastigado, pode se fragmentar em pequenas partículas. Esses fragmentos são conhecidos como microplásticos e, embora a pesquisa ainda esteja em estágio inicial, os cientistas alertam para os possíveis riscos associados ao seu consumo involuntário.
O que são microplásticos?
Microplásticos são partículas de plástico com menos de 5 milímetros de diâmetro. Eles podem ser originados de grandes pedaços de plástico que se fragmentam ao longo do tempo ou de produtos fabricados já na forma microscópica. Esses pequenos fragmentos são encontrados em diversos ambientes, desde os oceanos até a água potável, e podem ser ingeridos por humanos de diversas formas, seja através de alimentos, cosméticos ou até na respiração.
A pesquisa e seus resultados
Em um estudo recente, os pesquisadores analisaram a composição das gomas de mascar e observaram que, durante o processo de mastigação, a goma pode liberar partículas plásticas que se dissolvem na saliva. Embora a quantidade de microplásticos liberados ainda não tenha sido quantificada de forma exata, a pesquisa sugere que, a cada pedaço de goma mastigado, a pessoa pode estar ingerindo essas partículas, o que levanta preocupações sobre os possíveis efeitos a longo prazo.
Além disso, os cientistas ressaltam que, devido à natureza das gomas de mascar, esses microplásticos podem ser absorvidos rapidamente pelo corpo humano. Isso cria uma preocupação adicional sobre o impacto na saúde, visto que ainda não se sabe o que acontece com essas partículas plásticas após serem ingeridas ou absorvidas pelo sistema digestivo.
Impactos ambientais e à saúde
A presença de microplásticos em produtos consumíveis, como as gomas de mascar, faz parte de um problema maior relacionado à poluição por plásticos, que tem afetado ambientes naturais ao redor do mundo. O acúmulo de plásticos nos oceanos, solos e corpos d’água é uma preocupação crescente para cientistas, pois esses materiais podem ser ingeridos por animais marinhos, contaminando a cadeia alimentar.
No que diz respeito à saúde humana, embora os efeitos específicos da ingestão de microplásticos ainda não sejam totalmente compreendidos, estudos anteriores sugerem que a exposição a essas partículas pode estar relacionada a problemas de saúde, incluindo inflamações e distúrbios hormonais. A ingestão de plásticos pode também liberar substâncias químicas nocivas no corpo, como os ftalatos e bisfenóis, que são conhecidos por serem disruptores endócrinos.
O que pode ser feito?
Dado o crescente número de produtos que contêm microplásticos, especialistas recomendam cautela ao consumir produtos que podem liberar essas partículas. A conscientização sobre o uso de plásticos descartáveis e a busca por alternativas mais sustentáveis, como gomas de mascar feitas com base vegetal, pode ser um passo importante para minimizar a ingestão de microplásticos.
Além disso, é essencial que mais estudos sejam realizados para entender o impacto total da ingestão de microplásticos provenientes de gomas de mascar e de outros produtos do cotidiano. Somente com mais dados será possível avaliar com precisão os riscos à saúde humana e ao meio ambiente.
A descoberta de que as gomas de mascar podem liberar microplásticos na saliva é mais um alerta sobre a presença desses materiais em nosso dia a dia. Embora ainda sejam necessárias mais pesquisas para entender completamente os impactos dessa ingestão, o estudo destaca a importância de repensarmos os produtos que consumimos e suas consequências ambientais e à saúde. É um passo a mais para aumentar a conscientização sobre os perigos dos plásticos e a necessidade urgente de alternativas mais seguras e sustentáveis.