Boston Medical Center aponta crescimento de depressão e ansiedade em crianças

Wilson Smith

AGO (1)

O atual cenário de pandemia global tem afetado a saúde mental de uma grande parcela da população. Diante desse contexto, muitos centros de estudos têm se dedicado a compreender esses impactos em diversos públicos. Uma equipe de pesquisa do Boston Medical Center identificou um aumento nos sintomas de depressão e ansiedade em crianças entre 5 e 11 anos. De acordo com o hospital, a elevação desses indicadores é decorrente das mudanças causadas pela pandemia de COVID-19.

O estudo do BMC, publicado na versão digital da revista Child and Adolescent Psychiatry and Mental Health, constatou que as taxas de depressão e ansiedade aumentaram de 5% (dados que se tinha antes da pandemia) para 18% durante a crise de saúde, um aumento preocupante segundo os pesquisadores.

O estudo também descobriu que durante a pandemia houve uma redução na conclusão das tarefas escolares e aumento do tempo em frete as telas. De acordo com o artigo da Health City essas mudanças de comportamento também afetam a saúde mental dos cuidadores.

“Nosso medo é que a pandemia tenha gerado para cuidadores e crianças uma crise de saúde mental, após muitas situações de stress que a COVID-19 trouxe para as famílias”, disse Andrea E. Spencer, principal autora do estudo e docente de psiquiatria na Faculdade de Medicina de Boston.

A Dra. Michelle P. Durham, psiquiatra do BMC, disse a um Comitê do Congresso que desde dezembro uma multidão de pacientes chegou às suas instalações buscando tratamento para a saúde mental.

“Eu nunca vi nossos serviços de saúde mental tão sobrecarregados como estão agora”, disse Durham em comentários perante o Comitê de Saúde, Educação, Trabalho e Pensões do Senado dos EUA. “Desde o final de dezembro de 2021, tivemos mais de 30 pacientes em nosso departamento de emergência psiquiátrica, mais de quatro vezes da capacidade, apresentando um nível de lotação muito maior.”, declarou.

Durham disse que o hospital tem experiência em conectar “comunidades marginalizadas” a serviços sociais e de saúde, e que o BMC está nos estágios iniciais de implementar o que ela chamou de “abordagem de moradia em primeiro lugar” que está sendo desenvolvida em parceria com a cidade de Boston.

O objetivo dessa iniciativa é: “Fazer com que as pessoas que moram nas ruas próximo ao campus do hospital, muitas vezes vivendo com problemas concomitantes de saúde mental e dependência química, tenham um atendimento diferenciado, incluindo no primeiro momento alojamento adequado, atendimento médico e apoio social abrangente”, finalizou. Esse acompanhamento integrado é essencial para reverter os dados atuais.

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