Ontem (17), Joe Biden fez história ao se tornar o primeiro Presidente dos Estados Unidos em exercício a visitar a Amazônia. Durante uma breve passagem pela cidade de Manaus, no Brasil, Biden destacou a importância da preservação da maior floresta tropical do mundo. No entanto, a visita ocorre em meio a preocupações sobre o futuro do compromisso americano com as mudanças climáticas, diante da transição para o Governo de Donald Trump.
A Amazônia, que possui uma extensão comparável ao tamanho da Austrália, desempenha um papel crucial no armazenamento de dióxido de carbono, um dos principais gases responsáveis pelo aquecimento global. Apesar disso, a floresta enfrenta índices alarmantes de desmatamento.
Durante a visita, Biden realizou um sobrevoo pela floresta, encontrou-se com líderes indígenas e locais, e visitou um museu amazônico, reforçando seu comprometimento com a preservação da região.
Apoio ao Fundo Amazônia
No ano passado, a administração Biden anunciou planos de destinar US$ 500 milhões ao Fundo Amazônia, uma das maiores iniciativas de cooperação internacional para a preservação da floresta, financiada majoritariamente pela Noruega. Até o momento, segundo comunicado da embaixada dos EUA em Brasília, US$ 50 milhões já foram enviados, com planos de garantir o restante do valor até 2028, sujeito à aprovação do Congresso americano.
“É significativo que um Presidente em exercício visite a Amazônia. Isso demonstra um compromisso pessoal do Presidente”, afirmou Suely Araújo, Ex-Presidente do Ibama e Coordenadora de Políticas Públicas do Observatório do Clima.
Futuro incerto
Apesar do simbolismo da visita, Araújo expressou ceticismo quanto aos resultados concretos. Segundo ela, é improvável que “Um único centavo” seja destinado ao Fundo Amazônia após a posse de Trump.
O Governo Trump, que já demonstrou pouco interesse em questões climáticas, deve reduzir significativamente a prioridade de iniciativas relacionadas ao meio ambiente. Isso levanta dúvidas sobre a continuidade do apoio dos EUA à preservação da floresta amazônica e ao combate às mudanças climáticas em escala global.