A catástrofe que se abateu sobre o Rio Grande do Sul tem nome: Irresponsabilidade. E tem muitas consequências. Segundo especialistas, serão necessários pelo menos 10 anos para a terra se recuperar. Quantas outras catástrofes ambientais acontecerão nos próximos 10 anos? Como pode a Terra gaúcha se recuperar se em menos de um ano sofreu duas agressões ambientais de dimensões incomensuráveis?
O que está acontecendo no Rio Grande do Sul é consequência do descaso e ambição de segmentos da sociedade que só pensam em lucrar a qualquer custo. E do negacionismo de grande parte da população que acredita que o Planeta Terra é imortal. Não é. A prova é que, a cada tragédia ambiental, as consequências são mais pesadas e abrangem mais áreas e populações.
A extensão da destruição no Rio Grande do Sul é alarmante: Mais de 2 milhões de pessoas atingidas em 90% dos municípios. Não vou citar números porque eles mudam a cada minuto. O que quero discutir aqui e a ambivalência que a tragédia causa. De um lado, uma campanha de solidariedade de todos os cantos do país e do mundo, com pessoas dispostas a parar o que estão fazendo para ajudar famílias que sequer conhecem. Que coisa bonita! Esta é a verdadeira natureza humana.
De outro lado, um grupo de aproveitadores da tragédia e da dor alheia semeando dúvida, confusão, ódio e divisões. É muito triste ver o pior do ser humano aflorando em um momento de tanta fragilidade.
E nunca fica só nas fake news. Tem gente roubando de quem já perdeu quase tudo, tem gente se aproveitando do que é mandado para suprir as necessidades mais prementes e tem gente armando golpe em cima de quem está desesperado. Nestas horas de tragédia o melhor e o pior do ser humano afloram. Nos abrigos, repete-se a violência que acontecia em casa contra as mulheres e as crianças.
Quer dizer, a tragédia ambiental não fere só a terra, fere o corpo, a alma, o emocional. O Rio Grande do Sul sofre a pior catástrofe ambiental do país após uns poucos meses de outro evento. Isso porque as autoridades estaduais e municipais não respeitam os alertas da ciência e enfraqueceram medidas que protegeriam o meio-ambiente e minimizariam os efeitos da devastação. Porto Alegre e o Rio Grande do Sul não tem um plano de emergência mesmo depois da destruição do ano passado.
Ou o povo assume a responsabilidade de garantir que nossa Mãe Terra está bem cuidada e aprendemos a votar em políticos responsáveis e comprometidos com o bem estar de quem o elegeu, ou devemos nos preparar para o fim do mundo e como disse o Papa Francisco, dessa vez não terá Arca de Noé.