À medida que o governo Trump intensifica as deportações de imigrantes indocumentados, um programa que há muito tempo havia sido abandonado for reativado, permitindo que agentes de policias estaduais e locais possam fazer questionamentos para pessoas nas ruas sobre seus status imigratórios — e, possivelmente, as prendam para deportação.
Nesta semana, agências estaduais e municipais na Flórida, Idaho, Kansas, Oklahoma e Texas já aderiram ao programa de “Força-tarefa”, que havia sido encerrado em 2012 após a descoberta de abusos, incluindo perfis raciais, o que resultou em processos judiciais que custaram dezenas de milhões de dólares. A Polícia Estadual de New Hampshire também assinará o acordo em breve, permitindo que a policia estadual coopere com agentes de Imigração.
O website do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas dos Estados Unidos (ICE) informou que foram firmados 11 novos acordos com agências em cinco estados entre os dias 17 e 19 de fevereiro para relançar o programa controverso. O programa, conhecido dentro do ICE como “Modelo de força-tarefa”, permite que policiais locais questionem pessoas sobre sua situação migratória no decorrer de suas atividades rotineiras.
Histórico e novas adesões
Os acordos de força-tarefa com o ICE foram cancelados em 2012, durante o governo Obama, após uma investigação do Departamento de Justiça revelar discriminação generalizada contra latinos, incluindo perfis raciais, em uma força-tarefa no Arizona.
Os novos acordos de força-tarefa são diferentes de outros acordos chamados 287(g), que permitem que delegacias locais ajudem o ICE a investigar pessoas já presas e detidas em cadeias locais.
O modelo de força-tarefa vai além, sendo descrito pelo ICE como um “Multiplicador de Forças”. A agência federal treina e supervisiona policiais locais para que possam prender pessoas por violações das leis de imigração durante seu trabalho diário.
A Flórida foi o primeiro Estado a assinar um acordo de força-tarefa na era Trump, em 17 de fevereiro, segundo o site do ICE. O Governador republicano Ron DeSantis anunciou novos acordos em 19 de fevereiro.