De acordo com novos dados divulgados ontem (02), pela Massachusetts Medical Society, metade dos médicos de Massachusetts que participaram de uma pesquisa sobre exaustão, já reduziram ou pretendem reduzir suas horas clínicas em breve. Um em cada quatro planeja deixar a medicina nos próximos anos.
Alimentando as preocupações com a escassez de pessoal que tem atormentado o setor de saúde e muitas outras facetas da economia, a Massachusetts Medical Society disse que sua pesquisa com mais de 500 membros descobriu que a maioria tem sintomas que atingem o limiar do esgotamento. De acordo com o relatório quase 27% dos entrevistados disseram que já reduziram seu trabalho clínico e outros 24% afirmaram que até junho farão o mesmo.
A pesquisa também encontrou grandes chances de novas baixas para a força de trabalho médica, 14,2% disseram que deixarão o campo nos próximos dois anos, ao lado de 12,8% que confirmam sua saída do setor. Sinais de tensão foram mais fortes entre certos grupos. Cerca de 63% das médicas que participaram da pesquisa apresentaram sintomas de esgotamento em comparação com 47% dos médicos do sexo masculino.
Os estresses mais comuns no local de trabalho citados pelos médicos foram, o aumento dos requisitos de documentação, falta de equipe de suporte disponível, tempo dedicado às necessidades de autorização prévia, administradores não médicos que exageram na tomada de decisões, descontrole na alocação de recursos e a falta de rotatividade de pessoal.
O presidente do MMS, Ted Calianos, disse que os resultados da pesquisa “Não são totalmente surpreendentes nem inconsistentes com o que está acontecendo em todo o país, mas são angustiantes. O flagelo do esgotamento médico e do bem-estar entre os profissionais e membros da equipe de saúde continua sendo uma ameaça à saúde pública e ao atendimento ao paciente”, disse Calianos.
Vale ressaltar que “O esgotamento sem precedentes colocado sobre os profissionais e o sistema de saúde durante a pandemia do COVID-19 aprofundou uma situação já preocupante. Os empregadores de assistência médica têm lutado com problemas de pessoal há meses. No ano passado a Associação de Saúde e Hospitais de Massachusetts estimou que os hospitais tinham cerca de 19.000 funcionários em tempo integral a menos”, finalizou Calianos.
