“MÃERATONISTA”

Manoela Maia McGovern

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Rotina de mãe já é uma maratona. Onde corremos contra o relógio para dar conta de tantos afazeres. É a casa, os filhos, a carreira e a vida pessoal. Não bastasse isso,  depois da maternidade resolvi que era hora de colocar uma atividade física na lista das minhas prioridades. Tudo isso parece impossível, mas não é! Com um pouco de organização e disciplina tudo acaba se encaixando. Corrida para mim é muito mais do que uma atividade física, é um descanso mental. Quando estou correndo, consigo me desconectar dos compromissos diários vivenciando alguns momentos de qualidade comigo mesma. E foi assim, que eu descobri o prazer em correr.

Nunca fui adepta às atividades físicas, elas só começaram a fazer parte da minha rotina quando completei 36 anos. Acho que posso dizer que a genética me presenteou, talvez por isso eu nunca tenha me preocupado muito com a estética, já que eu não tinha a menor noção da importância em manter um corpo ativo e saudável independentemente de estar com o peso ideal. Me matriculei em várias academias durante diferentes fases da minha vida. E o resultado sempre era o mesmo, eu ficava entediada e acabava saindo antes de completar os três meses, que é exatamente quando as pessoas dizem que a gente começa a perceber algum resultado.

A minha relação com a atividade física mudou depois que o Benjamin nasceu. Ele tinha alguns meses de vida, e todas as vezes que eu brincava com ele no chão e precisava me levantar, era um sufoco! Aquilo serviu de alerta e chamou a minha atenção. Comecei fazendo exercícios em casa, depois vieram as caminhadas pelo bairro com ele no carrinho, mas ainda não estava sendo o suficiente para me manter envolvida. Fazia dois dias, parava três. Não curtia mesmo. Era um sacrifício quando eu lembrava que era hora do exercício. Até que um dia  algumas amigas começaram a postar fotos nas redes sociais das corridas que elas participavam. Pensei comigo mesma: E não é que isso parece divertido? Pesquisei mais sobre o assunto e decidi arriscar. Comprei tudo o que precisava,  na verdade nem é preciso investir muito. Um par de tênis, um shorts e uma blusa já fazem o plano entrar em prática. Além de ter a vantagem de ser um esporte que eu posso praticar de graça, qualquer época do ano e em qualquer lugar.

Costumo dizer que mães são candidatas perfeitas para correr porque é um exercício que geralmente a gente faz sozinha, sem ninguém chamando o nosso nome. Que jogue a primeira pedra aquela mãe que não agradece a Deus quando consegue alguns minutos sozinha fora de casa. Seja correndo ou fazendo qualquer outra coisa! Eu prefiro correr sozinha porque aproveito para colocar os pensamentos em dia. Mas mesmo que a gente não tenha com quem deixar o bebê e tenha que correr empurrando o carrinho, ainda temos uma chance grande do filho dormir, ou até mesmo de se entreter com a paisagem do passeio. Já passei por situações onde os meus filhos estavam brincando no playground e eu correndo em volta, acredita? É assim mesmo quando a gente quer muito chegar a um objetivo, arrumamos um jeito de praticar. Já deixei eles em aulas que só durariam 45 minutos e fui correr. Chegava toda suada para ir buscá-los, mas quem se importa? É nessas brechas entre um compromisso e outro que a gente consegue manter o exercício em dia. A rotina de uma mãe não é brincadeira. Temos deveres desde o minuto que acordamos até o horário que conseguimos ir para cama dormir. Achar desculpas para não se exercitar é muito fácil. Eu mesma me encaixo nessa categoria.

Outro dia caí na gargalhada porque a filha de uma amiga me perguntou indignada e com os olhos arregalados: você paga para correr? Sim, pago. É só assim que funciona comigo. Quando eu me inscrevo em uma corrida, eu sempre arrumo tempo para o treino. Sei que não vai ter preguiça que irá me manter  na cama no domingo de manhã porque, afinal, eu paguei para fazer aquilo. Se fosse de graça, com certeza eu não iria! É um investimento na minha saúde. Acabo não saindo na noite anterior, o que me faz recusar convites para festas e happy hours. Além de poupar o meu corpo de ingerir bebidas alcoólicas, ter um sono reparador e ainda me manter saudável. Eu fiquei me sentindo a mulher maravilha depois da primeira corrida que participei. A sensação de correr 5 quilômetros sem parar e ainda receber uma medalha no final foi incrível. Os desafios de concluir uma 10k, meia maratona e uma maratona vieram logo em seguida. Para quem não sabe, meia maratona são 21 quilômetros e a maratona são 42 quilômetros. Meu maior percurso até hoje foram 42k quando completei a maratona de Nova York em Novembro do ano passado. A experiência foi tão sensacional, que esse ano eu vou correr de novo. Já estou inscrita e qualificada.

E o próximo passo é treinar com mais disciplina para terminar a maratona de 2019 com um tempo melhor, e conseguir a completar “5 Boroughs series”, que é a série onde o corredor participa de uma corrida em cada ilha de Nova York. E no final, ele coleciona as 5 medalhas e as coloca em um quadro: Manhattan, Queens, Bronx, Brooklyn e Staten Island. Para isso é preciso se qualificar para algumas. Eu já tenho 3, só faltam 2. O Daniel e o Benjamin já me viram participar de tantas corridas, que começaram a me copiar. Qual é a criança que não gosta de correr? A primeira vez que eles correram foi em 2017, e desde então não quiseram mais parar. Sempre que recebo e-mails das corridas para criança, inscrevo os dois porque eles curtem bastante.  Sou muito grata por ter finalmente encontrado uma modalidade que me dar prazer, me mantém saudável e cheia de energia para brincar com os meus filhos. E você, qual o exercício que você achou mais adequado e que se encaixa na sua rotina de mãe? Conta para mim aqui nos comentários!

 

 

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