E a Varíola do Macaco ou Monkeypox? O que precisamos saber sobre ela?

Eduardo Siqueira

MOK

A varíola do macaco está hoje presente em mais de 90 países e já foram contados mais de 32,000 casos, com quase um terço deles nos Estados Unidos. Em 23 de julho a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o vírus como emergência mundial de saúde pública e em 4 de agosto o Presidente Biden declarou a varíola do macaco com emergência de saúde pública. Essa varíola tem causado preocupação porque o vírus é da mesma família da varíola humana que foi erradicada há décadas. Os sintomas são parecidos, mas mais leves.

A varíola do macaco se transmite diretamente ou indiretamente por fluidos do corpo ou lesões da pele como cicatrizes ou erupções e por contatos com objetos, tecidos de roupas, toalhas ou lençóis, e superfícies contaminadas que foram usadas por alguém com a doença. Ainda não se sabe se pode ser transmitida por esperma, urina, fezes, ou fluidos vaginais. Já há suspeita de transmissão por aerossóis ou gotículas respiratórias (tosse ou espirro) durante contato cara a cara prolongado, porém essa não é forma mais comum do vírus se transmitir de pessoa a pessoa. Grávidas podem transmitir o vírus para fetos via a placenta. Essa varíola pode ser transmitida de animais para seres humanos e vice-versa caso haja contato íntimo.

Os sintomas e sinais incluem erupção na pele, talvez com bolhas ou espinhas dolorosas ou que coçam, nos órgãos genitais ou perto deles (pênis, testículos, vagina) ou ânus, mas que podem também estar nas mãos, pés, peito, face ou boca. Pessoas com a varíola do macaco podem ter febre, calafrios, gânglios linfáticos inchados, cansaço, dores musculares e nas costas, dor de cabeça e sintomas respiratórios como garganta inflamada, nariz entupido ou tosse. Podem também sentir sintomas parecidos com a gripe e uma vermelhidão na pele até 3 semanas depois da exposição ao vírus.

Uma pessoa com a varíola do macaco pode transmitir o vírus desde que os sintomas começam até que a erupção da pele feche e uma nova camada da pele se forme. A doença tipicamente dura 2 a 4 semanas. A maioria das pessoas que tem a varíola do macaco se recupera dentro de 2 a 4 semanas mesmo sem tratamento médico. Atualmente não existe tratamento específico para essa varíola. Entretanto, remédios antivirais para a varíola humana talvez possam ser úteis. O Tecovirimat (TPOXX), aprovado nos Estados Unidos para o tratamento da varíola humana talvez seja recomendado para aqueles que podem ter casos graves, como os que tem alguma deficiência imunológica.

Embora exista uma vacina para a varíola humana, ainda não se sabe se ela também protege contra a varíola do macaco quando uma pessoa se vacina antes de se expor ao vírus ou depois da exposição e por quanto tempo a proteção dura. A vacinação antes da exposição é recomendada para pessoas em certas profissões porque estão provavelmente expostas, como trabalhadores em laboratórios e profissionais de serviços de saúde. A vacinação depois de uma exposição conhecida ou presumida, idealmente dentro de 4 dias após a exposição ao vírus, é recomendada para os que tiveram exposição ao vírus e para aqueles que tem maior probabilidade de ficar doente, isto é, pessoas que tem alguns fatores de risco e experiências recentes que os tornam mais prováveis de terem sido expostos. Em resumo, ainda não se trata de vacinação em massa para todos.

A vacina preferida é a JYNNEOS, administrada em duas doses. Demora 14 dias para que se obtenha proteção máxima depois da segunda dose.  A ACAM2000 é uma vacina de dose única que leva 14 dias depois da vacinação para se obter a máxima proteção, mas pode causar mais efeitos colaterais.

O Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC) dos Estados Unidos recomenda que trabalhadores devem se proteger da infecção pelo vírus evitando contatos próximos com a pele de alguém que tem a varíola do macaco. Ainda não se sabe muito sobre a doença para termos certeza de tudo que é necessário saber para controlá-la. O que sim sabemos é que será preciso muito investimento do governo dos EUA para educar a população e financiar pesquisas para obtermos vacinas eficazes e novos tratamentos. Conforme escrevi antes em outras colunas, viveremos novas pandemias e essa da varíola do macaco é a mais nova. Felizmente, até agora não se mostrou tão séria quanto a COVID-19. Sigamos alertas!

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V12 - 2019 | Nº 78
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