Crise em abrigos: estado alerta que não terá mais condições de abrigar imigrantes

Wilson Smith

Driscoll

Massachusetts está prestes a ficar sem lugares para abrigar os imigrantes e outras famílias sem moradia. A Vice-Governadora, Kim Driscoll, se posicionou ontem (12) dizendo que “Literalmente não haverá nenhum quarto disponível”. 

Driscoll afirmou que Massachusetts tem quase 7.500 famílias (perto de 23 mil pessoas) inscritas no sistema de abrigos de assistência emergencial do Estado. Durante uma entrevista ao vivo no programa “La Hora del Café” do El Mundo, ela disse que “Estamos realmente ficando sem capacidade” e renovou os apelos da administração para que o Governo Federal acelere o processo de autorização de trabalho para imigrantes e estabeleça novos abrigos coletivos.

“As pessoas estão chegando pela fronteira fugindo de circunstâncias horríveis. Mas, quando você tem tantas pessoas em um abrigo, em um motel, ou em um ambiente inseguro, não é algo que podemos continuar aceitando. Então, estamos realmente esperançosos de obter alguma assistência. Em algum momento vamos ficar sem quartos e acredito que isso será muito em breve. Infelizmente, simplesmente não temos capacidade”, disse a Vice-Governadora.

O apresentador Alberto Vasallo perguntou a Driscoll se havia alguma chance de Massachusetts eliminar sua lei de 1983 que garante o direito ao abrigo às famílias sem-teto. Isso tem atraído a atenção de legisladores republicanos, incluindo o candidato ao Senado, o deputado Peter Durant, que desejam alterar a lei para que se aplique apenas a cidadãos dos EUA legalmente reconhecidos.

A Vice-Governadora respondeu a pergunta de Vasallo: “Acredito que isso ficará a cargo da legislatura, porque é uma lei existente. E há muitos estados que não têm uma lei de direito ao abrigo e também estão sendo inundados por pessoas que chegam aqui. Então, veremos como será no futuro”, respondeu Driscoll.

“Acho que a questão fundamental é que estamos muito perto de atingir nossa capacidade máxima. Então, literalmente, não haverá nenhum quarto disponível. E isso é preocupante. Não queremos famílias do lado de fora, o clima vai ficar muito frio aqui. Muitas dessas pessoas que estão chegando têm crianças pequenas. Estamos cientes do desafio. Também estamos fazendo tudo o que podemos. É uma crise humanitária e estamos trabalhando ao máximo para minimizar o cenário, porém vamos precisar de mais ajuda, porque definitivamente estamos no limite de nossa capacidade”, explanou. 

Perguntada em agosto se consideraria suspender temporariamente a lei do direito ao abrigo, a Governadora Maura Healey respondeu: “Não. Nunca pretendi e nem tenho autoridade para encerrar o direito ao abrigo no Estado”. Mas em setembro, ela adotou um tom menos decisivo em resposta a uma pergunta que questionava se Massachusetts deveria repensar seu status como o único Estado com o direito ao abrigo.

“Bem, obviamente, essa foi uma lei que antecede muitos dos acontecimentos geopolíticos e das forças que vimos até hoje. Com certeza isso será debatido”, disse Healey em 19 de setembro.

Uma equipe do Departamento de Segurança Interna dos EUA viajou para Massachusetts nesta semana para uma visita de dois dias, motivada pela crise contínua nos abrigos de emergência. A equipe da Governadora Maura Healey analisou a situação como uma oportunidade para mostrar aos funcionários federais a pressão que a crise nos abrigos está causando.

Um mapa divulgado pelo Gabinete Executivo de Habitação e Comunidades Habitáveis mostra a distribuição geográfica de imigrantes e famílias sem-teto que estão nos abrigos de assistência de emergência.

Na semana passada, o Secretário de Habitação, Ed Augustus, disse a empresários que Massachusetts tinha o maior número de famílias em abrigos na história da lei de direito ao abrigo do Estado.

“É uma responsabilidade importante que temos. É o tipo de Estado que queremos ser, que não permite que mães grávidas e crianças fiquem desabrigadas. Mas essa responsabilidade é muito pesada quando se fala no volume de pessoas que estão passando por esse sistema de rede de segurança”, disse ele.

O secretário relatou também que a situação “Se torna mais desafiadora” porque as famílias não conseguem se movimentar rapidamente pelo sistema de abrigos para habitação permanente.

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