Convivendo com a culpa

A culpa, psicologicamente falando, é um sentimento subjetivo, relacionado com o remorso, quando acreditamos que rompemos nossos padrões éticos e morais. A culpa surge primeiramente no nosso superego, e se apresenta posteriormente no nosso consciente, trazendo sentimentos de falhas, onde falhamos conosco e com nossos semelhantes. A culpa pode gerar depressão, estresse ou pensamentos intrusivos. No momento atual, onde universalmente estamos passando por varias catástrofes em diferentes segmentos, me detenho a pensar da maneira como sou privilegiada, quando a culpa me afeta fortemente.

Assistindo aos noticiários, vejo quantas tragédias assolam nosso planeta: enchentes deixando povos desabrigados que perdem todos os bens materiais que foram conquistados com muito suor durante anos; evasão de povos de seus territórios, de onde nasceram, que se transformam em refugiados em outros países, humilhados e mal queridos pelos habitantes locais que se acham os donos das terras; os que passam fome de verdade, excluo daqui os que utilizam a fome como bandeira política, mas os que não têm mesmo o que comer pelas circunstâncias de suas vidas;  os enfermos, sofrendo dores e não sabendo como se curar de suas misérias, sem médicos e sem hospitais; os que também tem que se evadir de suas moradias por causa de incêndios.  É quando a culpa me pega.

O que acontece que alguns são imensamente bem aventurados enquanto outros têm que administrar o sofrimento? Eu não consigo entender e muitas vezes brigo com Deus: onde estás? Não estais vendo tudo isso? Somos todos seus filhos.

No meu grupo social, já presenciei várias “colegas” que viveram no apogeu e na glória e que hoje enfrentam a convivência de divergências em um abrigo para desalentados.  Ricas, maridos bem sucedidos e prósperos, família bonita, que de uma hora para outra perdem tudo materialmente que levaram uma vida para conquistar.

Uma dessas amigas, hoje é sustentada pelas três filhas. Que ótimo que teve três filhas responsáveis e acolhedoras! Ocorre-me lembrar da história de Jó: “O Senhor me deu e o Senhor me tirou. Bendito seja o nome do Senhor!” Não consigo elaborar e compreender bem essas situações e a pergunta rola: por que para mim todos os privilégios e para meus semelhantes o inferno? Não convivo bem com essa culpa.

Em tempo, vou ficando com minha culpa por aqui, para não ser a causa da sua tristeza, que pensa um pouco além de si mesma e que ler esse texto. Momentos difíceis estamos vivendo. Que Deus nos guarde!

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Everett, MA 02149

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