Consumismo traz felicidade?

Zenita Almeida

CONSU

Sair comprando como se não houvesse boletos no amanhã, é mesmo capaz de trazer felicidade?

Quem nunca sucumbiu ao desejo de comprar alguma coisa porque se encantou com aquilo ou porque o preço estava atraente demais para perder a oportunidade? Não tem como negar que fazer compras é muito satisfatório.

De acordo com Denize Svi, psicóloga e especialista em Ciência da Felicidade, de fato o consumismo desencadeia uma sensação de bem-estar, mas ele, por si só, não faz ninguém feliz, pelo contrário, ele pode configurar uma fuga.

Muitas pessoas consomem para mascarar frustrações. “Consumir, em si, não é o problema. Todos nós precisamos dos mais variados produtos e serviços para suprir as necessidades da nossa vida cotidiana, o problema é quando passamos dos limites, adquirimos coisas a mais, sem precisar, compramos por impulso ou para sentir satisfação”, afirma.

Comprar por impulso é um ato difícil de controlar porque o mercado de consumo induz à necessidade de ter, possuir, obter, ostentar, impondo, cotidianamente, novos produtos que oferecem todo tipo de vantagens: conforto, praticidade, satisfação, beleza, exclusividade e até felicidade, e os anúncios do marketing contribuem muito para essa necessidade de consumo. No entanto, quando chegam as faturas dos cartões, a felicidade acaba e vira pesadelo.

Segundo a psicóloga, estado de felicidade não depende de consumo e constitui um pensamento equivocado, o ato de adquirir algo não abrange fatores cognitivos importantes, como amor, carinho, saúde mental e física, entre outros tantos requisitos necessários para se obter ou alcançar a felicidade.

Falar de felicidade é desafiador, ainda mais com as emoções colocadas a prova ao longo dos últimos dois anos. O tema é bastante subjetivo e de difícil mensuração. Somos mais de 7 bilhões de pessoas no mundo e cada um tem um conceito próprio de felicidade. Não há nada de errado em consumir, mas dependendo da frequência desse consumo, se a todo instante você sente necessidade de adquirir novos produtos, isso é considerado consumismo.

O consumismo é um perigo para a saúde mental, porque estimula a inveja, a autodepreciação e a ânsia de querer além do que precisa. Há mulheres que compram todos lançamentos de bolsas, trocam constantemente de celulares cada ano. Isso é necessidade ou ostentação?

Comprar desenfreadamente pode se caracterizar numa doença chamada oneomania, classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um transtorno do controle de impulso. Dra.Denize Savi, listou algumas dicas para evitar compras por impulso:

Dê uma voltinha.

Antes de comprar questione se você realmente precisa daquilo. Uma dica é dar um tempo para pensar melhor na compra. Se estiver num shopping vá dar uma volta e se estiver na internet feche o site e vá fazer outra coisa. As chances de você voltar na loja são mínimas. A não ser que você realmente precise daquele produto.

Compre pela manhã

De acordo com um estudo publicado na revista científica Proceeding of the National Academy of Sciences comprar pela manhã pode ajudar a reduzir o tempo de permanência na loja e evitar as tentações expostas nas vitrines, muitas das decisões tomadas por impulso têm relação com a fadiga decorrente das diferentes atividades realizadas ao longo do dia.

Planeje seus sonhos

Uma solução que pode ajudar muito a frear o impulso de compra desnecessária é planejar o futuro e a realização de sonhos. Quando colocamos nossos sonhos no papel e fazemos um planejamento financeiro para realizá-los, ficamos muito mais conscientes com os nossos gastos. Como por exemplo, uma viajem, uma casa nova, uma transição de carreira. Metas grandiosas como essas exigem bastante responsabilidade e disciplina com o orçamento.

Ajude o próximo

De acordo com estudos, se envolver em causas sociais também estimula o centro de recompensa do cérebro. Dessa forma, você pode substituir uma tarde no shopping por uma tarde fazendo sopão para moradores de rua ou lendo historinhas para crianças num orfanato. A satisfação será muito maior do que comprar algo de que você não está precisando.

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V12 - 2019 | Nº 78
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