Milhares de imigrantes da América Central retomaram uma árdua jornada rumo à fronteira dos Estados Unidos, ontem (22). Vindos da Guatemala, Honduras e El Salvador eles planejam entrar no país pela fronteira com o México. O presidente Donald Trump tem criticado a caravana com sugestões de que poderiam haver terroristas entre eles.
Os números da caravana continuaram crescendo à medida que caminhavam e pegavam carona em climas quentes e úmidos, e a Organização das Nações Unidas estimou que atualmente são cerca de 7.200 pessoas, “muitas das quais pretendem continuar a marcha para o norte”.
No entanto, eles ainda estavam a pelo menos 1.840 quilômetros da fronteira mais próxima – McAllen, Texas – e a duração de sua jornada poderia mais que dobrar se fossem para Tijuana-San Diego, o destino de outra caravana no início deste ano. Aquela se reduziu significativamente ao passar pelo México, e apenas uma pequena fração – cerca de 200 dos 1.200 do grupo – chegou à fronteira da Califórnia.
O mesmo poderia acontecer desta vez, pois alguns retornam, dividem-se por conta própria ou decidem se candidatar ao asilo no México – como fizeram 1.128 até agora, de acordo com o Departamento do Interior do país.
Embora tais caravanas tenham ocorrido semestralmente ao longo dos anos, esta tornou-se um tema particularmente quente antes das eleições americanas de 6 de novembro, e um ativista de direitos dos imigrantes que viajava com o grupo acusou Trump de usá-la para agitar sua base republicana.
“É uma pena que um presidente tão poderoso use essa caravana para fins politicos”, disse à imprensa Irineo Mujica, do grupo Pueblo Sin Fronteras – Pessoas Sem Fronteiras, que trabalha para fornecer ajuda humanitária aos imigrantes.