Arte, onde os traumas encontram expressão e alívio

A arte em todas as formas é a habilidade que tem o humano de expressão. Acredito que tudo que está reprimido no nosso inconsciente encontra uma forma de liberação sadia através da arte.  Com a Arte, comunicamos nossas idéias, sentimentos e experiências de vida. A Arte na maioria das vezes traduz o que a linguagem não é capaz de explicar.

Arte nos ajuda no nosso crescimento pessoal e nos encoraja na interação social, melhorando também a coordenação motora. Encontramos a maneira de nos expressar e liberar o que está reprimido no nosso inconsciente  muitas vezes adoecendo com as doenças psicossomáticas através dos nossos sonhos, fantasias e  medos, através dos trabalhos manuais, música e movimentos do corpo como a dança, ginástica, literatura, poesia, cinema.

A Arte é uma linguagem metafórica de quem realmente somos. Foi através dos estudos e trabalhos de Anna Freud e Melanie Klein, que aprendemos como opera a arte no inconsciente, já que crianças e também adultos muitas vezes não são capazes de fazer uma associação verbal do que está reprimido nos seus inconscientes, do que lhes está incomodando.

Nós, os humanos, somos o resultado dos nossos vários instintos e do que aprendemos e reprimimos para nos encaixar na civilização. Achamos o nosso equilíbrio quando o nosso inconsciente e consciente estão em harmonia e integração.

Recentemente assisti a um documentário sobre Arte, como agente transformador da vida de pessoas, principalmente em comunidades com poucas opções e diversificações, a arte ajuda dando um senso de pertencimento. É realmente inegável a liberdade e o grande poder da arte e sua criatividade.

Como se tornaram mais leves as pessoas com a expressão externa das suas dores e conflitos internos através da arte. Nesse momento me ocorreu pensar como seria pior a vida de Vincent Van Gogh, Pablo Picasso e outros tantos artistas, sem a arte. Como sublimariam a angústia, a raiva e o desconforto desses sofrimentos.

Durante o período histórico da Renascença, a arte começou a ser observada como medicina preventiva. No Fascículo de Medicina de 1493, os leitores são encorajados a ficar atentos aos sentimentos de raiva, tristeza, medo e preocupações em conexão com a cognição. Tommaso del Gar chama a nossa atenção sobre a importância de um estado de quietude da mente quando escutamos música.

Em Anatomy of Melancholy, o médico Robert Burton nos alerta sobre o poder da música como remédio para melhorar ou até curar a melancolia (depressão) a qual nos leva muitas vezes ao inferno psíquico  Luigi Desbout descreve a cura da histeria, convulsos e hipocondria  através da música. Intelectuais Vitorianos como Thomaz Carly Kingsley, John Stuart Mill e John Russkim notaram uma interdependência entre corpo, alma e mente, fato já de nosso conhecimento através de Platão, quando os gregos nos ensinaram e acreditavam em “mente sã em corpo são,” intensificando e valorizando os jogos olímpicos.

Finalizando, diria que tenho vários amigos artistas de diferentes áreas e observo a disponibilidade e desprendimentos deles em relação a vida. Parece-me que estão longe e além da soberba e vaidade, do que é o nosso ego. Bom, certamente não tenho nenhum amigo com o gênio intempestivo de Diego Rivera (companheiro de Frida Kahlo) e dou Graças a Deus! De maluco na minha vida, já chega eu!

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