O mercado de segunda mão, mais conhecido como “Secondhand” ou mesmo “Brechó”, vem crescendo vertiginosamente nos últimos anos, principalmente no segmento da moda. Essa é uma tendência de costumes antigos popularmente conhecido nos Estados Unidos e Europa, onde sempre existiu lojinhas em bairros mais populares, com os mais diversos produtos, em moda, acessórios, objetos de decoração, roupas de cama e mesa, livros e antiquários.
No Brasil, esse tipo de negócio veio com mais força desde 2013 e mais ainda após pandemia, que de acordo com o Sebrae até 2023 foram abertas 111.778 lojas, demonstrando um crescimento de 30,97% ao longo dos últimos cinco anos. Entre os itens mais procurados estão as roupas, que lideram o ranking com 50% de adesão entre compradores. Em seguida aparecem calçados e acessórios, com 34% e 33%, respectivamente entre os consumidores.
Segundo o Instituto de Economia Gestão Vidigal, vinculado a Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), no Brasil, em 2022 houve um aumento de volume em vendas com Brechós de aproximadamente 30%, superando o faturamento de 2021 que atingiu R$:2,9 bilhões, ultrapassando o fast fashion.
Com o advento das redes socias esse nicho de mercado expandiu, principalmente na plataforma do Instagram, com pessoas que gostam de viajar seja na Europa ou Estados Unidos, dando boas dicas de lugares, com lojas desse perfil, vendendo inclusive não só roupas, mais vários produtos usados de marca famosa, principalmente com previsão de faturamento de US$ 38 bilhões até 2027.
SUSTENTABILIDADE E POUCO RECURSO
Sabe-se que a indústria da moda é uma das mais poluentes do meio ambiente. Estudos indicam que uma roupa usada por um tempo, pode emitir até 82% menos carbono do que um item novo, por isso esses produtos são chamados economia circular. A possibilidade de adquirir uma peça de luxo por um preço acessível, e alta da inflação é um dos motivos que levam 94% do consumidor a optar por comprar roupas de segunda mão, outras questões importantes são as disponibilidades de passar pra frente peças usadas ocupando espaço no guarda roupa e ganhar dinheiro extra.
DESAFIOS
Mesmo com toda ascendência ainda existe a necessidade de uma mudança cultural nesse mercado “Secondhand”, muitas pessoas ainda cultivam a falta de hábito em comprar roupa de um Brechó até mesmo por superstição, preferindo doações as Ongs. Os brechós geralmente funcionam em espaços físicos, que normalmente são frequentados por moradores, ou visitantes que gostam de apreciar um ambiente comercial de lazer com casa de lanches, cafeterias e outras culturas. No Brasil é um pouco diferente, porém já surge alguns lugares e um bom exemplo é o Mercado antigo em Belo Horizonte, totalmente reformado, sem perder a originalidade e cheio de lojinhas de Brechós, barzinhos, livrarias, cafeterias, espalhadas no segundo e terceiro piso. Eu estive lá recentemente, amei. Um lugarzinho antigo que respira arte, cultura e um excelente passeio de compras e gastronomia.