Indizível, de acordo com o dicionário de definicões Oxford Languages, significa o que não deve ser traduzido em palavras. O que foge ao esperado, o que é extraordinário ou incomun, o impossível de se descrever. Palavra muito utilizada na poesia e no amor, tambem é traduzida na emoção de ter a ilusão de sentir a beleza e algumas vezes se refere ao sagrado. Na minha humilde opinião, o indizível pode estar também reprimido no nosso inconciente, ou seja, em uma parte da nossa mente que não temos acesso, ou seja, no “Id”. O indizível algumas vezes aflora a consciência e por sabedoria ou talvez precaução, não achamos conveniente deixar escapar e colocamos na prateleira do que está recalcado ou escondido.
O Indizível pode ser alguma coisa que pensamos durante uma conversa ou argumentação e que por precaução, sabedoria ou até mesmo por educação, devemos reter no nosso pensamento, ficando de boca fechada. Se pensamos mal de alguém ou se temos uma opinião controversa em uma reunião social melhor mesmo será sairmos do grupo e conversar com o indivíduo com que temos uma questão separadamente. Para nos sentirmos melhores conosco mesmo, podemos até avisar ao grupo que pensamos diferente.
O Indizível também pode ser um ato que presenciamos ou vivenciamos quando da infância é que se torna uma lembrança indesejável e traumática, ficando assim colocada “embaixo do tapete” do recalque. Para sobrevivermos psicologicamente, optamos por encobri-la, escondendo-a no nosso inconsciente, no ID, ao mesmo tempo que a cobrimos com um espécie de veu imaginário. É como se tivéssemos um depósito com uma porta, colocamos lá o que nos traumatiza e nos incomoda nesse nosso depósito mental e fechando hermeticamente essa porta. Vamos pensar que a frase, com sua entonação, sustente a lembrança encobridora. Ela seria então a insistência da memória e da imagem, que se torna Indizível.
O Indizível na maioria das vezes nos adoece. Freud descobriu o indizível ao tratar suas clientes histéricas, com o que ele chamou de “Talking Cure” ou a “Cura pela Palavra”. Desenvolvemos as doenças chamadas psicossomáticas, tão conhecidas dos médicos como persistentes, porque a causa ou carga da emoção não foi drenada e evacuada para fora do nosso sistema. Para nos livrarmos dessa enorme carga de energia, precisamos de ajuda de um profissional da área psique. As doenças psicossomáticas se apresentam fisicamente de infinitas maneiras. Ao nos livrarmos da carga de energia, nos livramos também dos efeitos e da doença.
E que a cada dia guardemos menos traumas ou sujeiras embaixo do nosso tapete psíquico, para termos mais equilíbrio e saúde. De certo, não podemos abrir a boca e dizer tudo que sentimos e pensamos, pois vivemos em sociedade, mas devemos procurar pessoas ou um grupo que nos aceite por semelhança de maneira de pensar. Vamos afastar da nossa convivência tudo que nos faz mal. Com essa atitude, reconheço que ficamos cada dia mais isolados, mas é o preço que pagamos pela nossa sanidade mental.