Mãe sem rede de apoio em Nova York – mas com Wi-Fi e amor infinito

Manoela Maia McGovern

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O Dia das Mães está chegando — e por aqui, nos Estados Unidos, ele cai no mesmo dia que no Brasil. Essa coincidência sempre me faz refletir sobre a minha jornada como mãe, especialmente sendo mãe solo em uma cidade como Nova York, longe da rede de apoio tradicional que tantas vezes dá aquele respiro: avós, tios, primos, amigos de infância.

Sou mãe do Daniel, um adolescente de 15 anos, e do Benjamin, um pré-adolescente de 11. Eles estão numa fase super independente — e isso é lindo de ver. São meninos inteligentes, criativos e com personalidade. Mas a verdade é que a preocupação de mãe nunca acaba. Ela só muda de nível. Quando eles eram pequenos, meu maior medo era que colocassem o dedo na tomada, engasgassem ou atravessassem a rua sem olhar. Hoje, é saber se chegaram bem em casa, onde estão, com quem estão, quem são os amigos, que influências estão entrando em suas vidas. A gente respira fundo, confia na criação que deu, mas o coração de mãe segue ali, em modo alerta silencioso, o tempo todo.

Ser mãe sem rede de apoio em Nova York exige resiliência. Não tem ninguém pra “dar uma olhadinha neles” enquanto você resolve algo importante ou só tira um momento pra si. Mas também me ensinou muito sobre minha própria força. Aprendi a confiar no meu instinto, a escutar meu corpo quando está cansado e, principalmente, a celebrar as pequenas vitórias do dia a dia: uma conversa boa no caminho da escola, um jantar feito juntos, uma risada inesperada no meio do caos.

Nesta jornada da maternidade solo, especialmente para uma mãe que trabalha fora tempo integral em uma cidade vibrante e agitada como Nova York, confesso que um dos meus aliados mais preciosos, quase um melhor amigo digital, tem sido a onipresente rede Wi-Fi. Através dela, mantenho um elo constante com meus dois meninos, sabendo onde eles estão, comunicando-me a qualquer hora do dia ou da noite, e até mesmo acompanhando o tempo que dedicam a cada aplicativo em seus dispositivos. Essa conectividade, embora virtual, oferece uma camada extra de cuidado e supervisão, permitindo que meu coração de mãe se sinta um pouco mais tranquilo, mesmo quando a distância física se impõe.

Apesar dos desafios, a verdade mais forte que carrego no peito é esta: ser mãe é o meu papel favorito da vida. É a minha missão mais verdadeira, a que me transforma, me empurra, me emociona. E se eu tivesse que escolher de novo, escolheria exatamente essa vida, esses filhos, esse amor incondicional. O Daniel e o Benjamin me ensinam todos os dias o que é crescer junto. Eles são a melhor parte de mim. E mesmo que às vezes tudo pareça mais difícil sem aquela rede de apoio tão sonhada, há algo muito poderoso em saber que estamos construindo nossa própria rede, a nossa conexão em cada livro lido em conjunto, em cada conversa, aperfeiçoando o nosso próprio jeito de ser família.

Feliz Dia das Mães para todas que, como eu, vivem essa aventura com coragem, afeto e uma boa dose de humor.