A credibilidade é um conceito que define a confiança e que normalmente é baseada na boa reputação, inteligência e integridade de alguém. Quando acreditamos em alguém por ser honesto, que pensa e age com racionalidade e com pensamento crítico, ficamos inclinados a acreditar nas suas palavras e ações sem relutância. A essa credibilidade que acontece quando procuramos um profissional da área médica, psicológica, ou até mesmo um amigo, é o que em psicanálise damos o nome de Transferência. Vale esclarecer que a Transferência que se estabelece entre os indivíduos é inconsciente, algo que às vezes poderemos definir como forças impulsivas, ou ainda como uma intuição.
Alguns indivíduos exercem influência sobre outros na família, na escola ou nos grupos sociais. Elegemos nossos líderes por afinidades, admiração e valores, pela sua reputação e por acreditarmos neles. Temos a tendência de acreditar e vê no sujeito que supomos saber tudo, como uma imagem idealizada de nós mesmos. A Transferência vem da idealização do outro, e não é imposta.
Pela Credibilidade, Confiança e Transparência, escolhemos nossos médicos, amigos, mentores espirituais e nosso grupo social. Quando necessitamos de uma segunda opinião, é porque a Transferência não se efetivou. Junto com a Transferência, pode vir também a Resistência, ou a impossibilidade de aceitação da opinião ou palavra do outro. Quando argumentamos e tentamos trazer a consciência para o fato que está em discussão, o indivíduo se fecha, foge do tema, resiste em enfrentar o problema. “É somente sobre o plano simbólico (pela fala) que a função da transferência pode ser compreendida”.
Finalizando, aprendemos com a leitura e elaboração desse texto, que de nada adianta gastarmos nossas energias, esforços, atitudes e palavras com indivíduos que não acreditam e nem confiam em nós. A única Transferência que poderíamos fazer com esses indivíduos (geralmente e principalmente adolescentes) seria da ordem da Resistência. Indivíduos podem até, por educação e respeito fingirem que estão nos escutamos, mas é aquele velho ditado “entra por um ouvido e sai pelo outro.”
