Essa semana marcou o fim de um ciclo emocionante para a nossa família — meu filho mais novo, Benjamin, se formou na elementary school! Para quem não está familiarizado com o sistema americano, a elementary school equivale ao ensino fundamental I no Brasil, ou seja, vai do Jardim de Infância (Kindergarten) até o 5º ano. Depois disso, os alunos seguem para a middle school, que seria o equivalente ao fundamental II.
Foram dias intensos, cheios de emoção, lembranças e uma espécie de alegria com gosto de despedida. Teve o senior dance (o nosso famoso baile de formatura!), uma noite leve e divertida em que as crianças dançaram e se sentiram oficialmente grandes. A cerimônia oficial aconteceu em outro dia, e tive a honra (e o desafio!) de fazer um discurso de despedida em nome dos pais — segurando o choro até onde deu. Fui também homenageada como voluntária, já que me despedia da escola depois de 10 anos participando ativamente de tudo: comitês, conselhos, eventos e, principalmente, da vida escolar dos meus filhos.
No dia da formatura, meu filho cantou junto com todas as turmas do quinto ano. E ali, no palco, ele parecia tão confiante, tão pronto… mas eu enxergava o mesmo menininho que, anos atrás, carregava uma mochila maior que ele e me entregava bilhetinhos dizendo “I love you, Mommy” com a letra toda torta.
Fechando a maratona de eventos, na sexta-feira tivemos o Senior Day, organizado por mim com a ajuda de todos os membros da comissão da quinta série e pelo PTA (Associação de Pais e Professores). Foi um dia de brincadeiras ao ar livre, comidinhas especiais, distribuição das camisetas comemorativas e o famoso yearbook — um livro que reúne as fotos dos formandos, lembranças de todos os anos e do ano letivo, mensagens dos professores e espaço para os amigos e família escreverem recadinhos. Um verdadeiro diário visual dessa fase tão marcante.
Ver meu filho correndo com os amigos, rindo, pedindo autógrafos e assinando livros como quem já sabe que está deixando uma fase para trás me deixou orgulhosa… e com o coração apertado. Durante meu discurso, em um dos trechos, eu disse exatamente isso: “Hoje marca o fim de uma era. A era das mochilas maiores que os corpos, dos abraços apertados no portão da escola, dos dentinhos moles caindo no meio da aula e dos bilhetes com letrinhas tortas. […] Nós estivemos presentes — talvez não em todas as reuniões ou passeios, mas em espírito, sempre.”
Essa despedida também é minha. Depois de dez anos sendo mãe voluntária em tempo integral, e trabalhando apenas meio periodo, estou de volta ao mercado de trabalho. É um recomeço. Mas se eu pudesse voltar no tempo, escolheria tudo de novo: apertar o botão de pausa na carreira para estar presente em cada fase dos meus filhos. Agora começa uma nova jornada. Eles vão ficando mais independentes, andando um pouco mais na frente da gente, às vezes sem querer segurar nossa mão em público (a não ser que ninguém esteja olhando). E tudo bem. Porque construímos uma base sólida. Estivemos lá em cada vitória pequena, cada apresentação, cada prova, cada lanche esquecido resolvido no improviso. Ser mãe é isso. Um eterno equilibrar entre o que vai ficando e o que está por vir. Entre segurar e soltar. Entre rir e conter o choro. E nessa semana, preciso confessar que foi muito divertido — e lindo — ser mãe.