A Pandemia continuará em 2022, e vida que segue

Eduardo Siqueira

AGO

Em vez de falar da pandemia da COVID-19, vamos abordar como a nossa vida seguirá daqui para a frente porque queiramos ou não o Coronavirus veio para ficar e teremos que nos adaptar da mesma forma que nos adaptamos a outras pandemias, como a AIDS. Por exemplo, se antes da AIDS a maioria não usava proteção nas suas atividades sexuais, depois que milhões morreram como resultado dela, muita gente mudou seus comportamentos e passou a ter muito mais cuidado na sua vida sexual.

Se antes era permitido fumar em qualquer lugar, depois de décadas de pessoas morrendo de câncer de pulmão, doenças cardiovasculares, e muita luta contra as empresas produtoras de cigarro, milhões de pessoas pararam de fumar.  Hoje os jovens brasileiros e estadunidenses fumam muito menos que as gerações dos anos 60 a 90 do século passado, graças ao enorme sucesso das campanhas educativas e leis que proibiram o cigarro em aviões, restaurantes, escolas, etc. O que no passado era considerado normal passou a ser raro depois que milhões mudaram os seus comportamentos.

Agora estamos diante de uma nova grande mudança de comportamento exigida pela nova realidade de que o Coronavirus vai permanecer no planeta daqui para a frente. Tudo indica que a doença se transformará em uma nova gripe que exigirá o uso de proteção facial de vez em quando para prevenir contágio. Aliás, em vários países asiáticos já é rotina há alguns anos usar máscara quando alguém tem resfriado ou gripe para evitar que outros se infectem desnecessariamente. Faz parte do aprendizado dessas sociedades que a melhor forma de proteger a população contra infecções por vírus é usar máscaras, lavar as mãos com frequência, e melhorar a ventilação dos ambientes fechados. Em outras palavras, o novo normal na China, Coréia do Sul, e Japão resultou da experiência com várias epidemias virais antes mesmo da COVID-19.

Além das vacinas anuais contra a influenza, provavelmente teremos daqui para a frente novas vacinas contra os Coronavirus, porque este vírus muda de roupa com frequência e o nosso sistema imunológico não tem como dar conta de tantas versões do vírus sem ajuda das vacinas. É provável que o novo normal inclua vacinação periódica contra novas cepas do Coronavirus, e ninguém sabe até quando.

O novo normal significa que ninguém deve achar que daqui para a frente não precisaremos mais usar máscara porque as vacinas bastam e darão conta do recado. É claro, hoje, que não precisaremos usar máscara o tempo todo nem todos os dias. Porém, é provável que ela passará a fazer parte da nossa rotina se quisermos proteger os que tem comorbidades, incapacidades, os mais idosos, os que tem câncer ou doenças crônicas que diminuem a imunidade.

Além disso, se antes não se usava máscara quando se tinha gripe com espirros e tosse, espero que tenhamos aprendido que a máscara também é muito útil para diminuir a transmissão dos vírus que causam a chamada flu, ou gripe. Milhares de pessoas sempre morreram como consequência da flu nos Estados Unidos, e ninguém usava máscara ou lavava as mãos com frequência para evitar a transmissão dos vírus da flu.

O novo normal deve também incluir nossa exigência que os governos implementem políticas de saúde pública que previnam e controlem as novas pandemias que virão no século 21, como a produção de testes para detectar os vírus cedo, a produção de novos tratamentos antivirais, e o treinamento de milhares de agentes comunitários de saúde capazes de monitorar os casos e a vigilância epidemiológica nos bairros. Aprendeu-se muito com essa pandemia e daqui para a frente não podemos mais cometer os mesmos erros. Afinal de contas quase 1 milhão de pessoas faleceu nos EUA, e mais de 660 mil no Brasil, até abril de 2022.

Quando há guerras como a da Ucrânia, atualmente, a mídia mostra todos os dias milhares de pessoas sofrendo por causa das bombas e explosões nas cidades. Há enormes protestos para acabar a guerra e pela busca da paz. A COVID-19 continua matando milhares todos os dias e parece que se tornou rotina! A esperança é que o novo normal nunca mais aceite o verdadeiro genocídio que ocorreu nos últimos 2 anos. Vida que segue.

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V12 - 2019 | Nº 78
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