Morre em Nova York, Preta Gil: uma voz de luta e alegria

Manoela McGovern

Screenshot

Preta Gil não era apenas uma cantora; era um fenômeno cultural, uma força da natureza que transitava entre a música, a televisão, o ativismo e o empreendedorismo, sempre com uma autenticidade que a tornou uma das personalidades mais queridas do Brasil. Filha do icônico Gilberto Gil e de Sandra Gadelha, ela construiu sua própria trajetória, pavimentada por um talento inegável e uma personalidade vibrante.

Desde o início de sua carreira musical, no início dos anos 2000, Preta se destacou por desafiar padrões e abraçar a diversidade em todas as suas formas. Sua música era um reflexo dessa postura: uma mistura eclética de ritmos que passeia pelo pop, samba, axé e MPB, sempre com letras que celebram o amor, a liberdade, a autoaceitação e a alegria de viver. Hits como “Sinais de Fogo”, “Meu Lugar” e “Cheia de Amor” se tornaram hinos para seus fãs, reverberando em festas e palcos por todo o país.

Além de sua carreira musical, Preta Gil se tornou um ícone da representatividade. Sua voz é potente na defesa das causas LGBTQIA+, do empoderamento feminino e da luta contra o racismo e a gordofobia. Ela utilizava suas plataformas para levantar discussões importantes, inspirar seus seguidores a abraçar suas singularidades e a combater preconceitos. Sua franqueza e vulnerabilidade ao compartilhar experiências pessoais, inclusive sobre sua saúde e desafios, a aproximaram ainda mais do público, tornando-a uma figura real e inspiradora.

Nos últimos anos, Preta enfrentou batalhas pessoais com uma coragem admirável, tornando-se um exemplo de resiliência. Sua jornada no tratamento contra o câncer, foi acompanhada de perto por milhões, que viram nela a força e a esperança de quem não se entrega. Ela transformou sua dor em uma plataforma de conscientização e apoio a outros pacientes, reforçando seu papel como uma verdadeira embaixadora da vida.

Preta Gil sempre será um nome que ressoa com verdade, paixão e um compromisso inabalável com a alegria. Ela sempre vai ser lembrada como  uma artista que se reinventava, inspirava e celebrava a vida em sua plenitude, deixando uma marca indelével na cultura brasileira. Preta faleceu hoje, em Nova York, onde fazia tratamento contra o câncer. 

Termos

Compartilhe