Minha jornada para uma alimentação mais saudável: A importância das escolhas para a nossa família

Manoela Maia McGovern

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A recente decisão da FDA (Food and Drug Administration), a agência reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, de proibir o corante vermelho nº 3 em alimentos, bebidas e medicamentos ingeridos me fez refletir sobre a minha própria jornada em direção a uma alimentação mais consciente. Antes de me tornar mãe, eu não prestava muita atenção ao que comia. Minha relação com os alimentos era baseada em conveniência e sabor, sem muita preocupação com os ingredientes ou seus impactos na saúde. No entanto, com a chegada dos meus filhos, tudo mudou.

Foi por causa deles que comecei a pesquisar sobre o que realmente estávamos consumindo. Quando descobri a quantidade de aditivos, corantes e conservantes presentes nos produtos industrializados, percebi que precisava fazer uma mudança radical. Hoje, na minha casa, não entram alimentos ultraprocessados. Isso não significa que meus filhos, de 11 e quase 15 anos, nunca comam esses produtos, mas quando comem, sabem exatamente o que estão ingerindo. Eles têm consciência de que esses alimentos podem prejudicar a saúde e comprometem o funcionamento do corpo a longo prazo.

A proibição do corante vermelho nº 3 é uma vitória significativa para a segurança dos consumidores aqui nos EUA. Estudos já demonstravam, desde a década de 1980, à associação ao câncer em animais, mas só agora vemos uma resposta regulatória efetiva. Essa demora levanta uma questão essencial: quantos outros aditivos prejudiciais ainda estão nos produtos que consumimos diariamente?

O consumo excessivo de alimentos ultraprocessados tem sido associado a diversas doenças, incluindo diabetes, obesidade, problemas cardiovasculares e distúrbios metabólicos. Os ingredientes artificiais, como corantes, conservantes e adoçantes, muitas vezes servem apenas para tornar os produtos mais atrativos visualmente ou para prolongar sua vida útil, sem oferecer qualquer benefício nutricional.

Por isso, é essencial que os consumidores se tornem mais conscientes sobre o que colocam em seus pratos. A saúde começa na escolha dos alimentos e pequenas mudanças na dieta podem trazer grandes benefícios a longo prazo.

Aqui em casa, priorizamos alimentos naturais e minimamente processados. Frutas, vegetais, grãos integrais e carnes frescas são a base da nossa alimentação. Evitamos embutidos, refrigerantes, salgadinhos e doces industrializados. Claro, não somos radicais e entendemos que, ocasionalmente, os meus filhos vão consumir esse tipo de produto em festas ou encontros com amigos. O mais importante é que elas saibam diferenciar um alimento nutritivo de um ultraprocessado e entendam as consequências de suas escolhas alimentares. Uma estratégia que adotamos foi envolver as crianças no preparo das refeições. Eles adoram participar do processo de cozinhar, experimentar novos sabores e aprender sobre os ingredientes. Isso torna a alimentação mais divertida e educativa ao mesmo tempo.

Infelizmente, a publicidade e a indústria alimentícia exercem uma forte influência sobre as crianças, promovendo produtos cheios de açúcar, gordura ruim e ingredientes artificiais como se fossem saudáveis. Por isso, é fundamental que os pais e educadores incentivem a educação alimentar desde cedo, sem usar sobremesa como prêmio. Conversar sobre o impacto dos alimentos na saúde, procurar uma nutricionista, ensinar a ler rótulos e explicar os malefícios dos aditivos pode fazer toda a diferença.

A proibição do corante vermelho nº 3 é um avanço, apesar de tardio porque isso já acontece em vários países europeus onde essas mesmas empresas são obrigadas a usar frutas e vegetais para colorir os alimentos. Aqui em casa, a jornada por uma alimentação mais segura e natural está longe de acabar. Como consumidores, temos o dever de cobrar mais transparência da indústria alimentícia e buscar alternativas mais saudáveis para nossas famílias. Continuarei firme no meu compromisso de oferecer alimentos saudáveis para minha família e incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo, até porque isso é uma das coisas que mais me dá prazer na vida. Afinal, a saúde é o nosso bem mais precioso e começa pelo que colocamos no nosso prato.