O jovem brasileiro Marcelo Gomes da Silva, de 18 anos, virou notícia nacional, este ano, após ter sido preso, em maio, em Mildford, pelos agentes do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) a caminho do treino de vôlei.
Nascido no Brasil mas morando em Mildford com a família desde criança, ele passou seis dias numa cela no porão, sem luz solar, no ICE, em Burlington. Ele não tinha acesso a um chuveiro. O jovem dormia no chão de concreto com dezenas de outros homens, a maioria com o dobro da sua idade. Com pouca comida e bebida, ele conta que perdeu 3 quilos, apavorado com a possibilidade de ser deportado para um país que lhe parecia estrangeiro. Ele tinha apenas 6 anos quando sua família se mudou para os Estados Unidos com um visto que expirou posteriormente.
Quando ele foi libertado sob fiança no início de junho, ele deixou o centro de detenção carregando a lembrança do trauma e um novo senso de dever. Gomes havia feito uma promessa aos homens com quem dividia a cela: ele seria a voz de todos os imigrantes detidos injustamente.
O jovem brasileiro foi um dos primeiros estudantes de escolas públicas de Massachusetts a ser preso pelo ICE, este ano, quando a agência intensificou as operações de fiscalização da imigração em todo o país para cumprir a agenda de deportações em massa do Presidente Trump.
Ele chegou a ser recebido no palácio, no centro de Boston, pela governadora, Maura Healey, que o presenteou com um rosário abençoado pelo Papa Francisco. Hoje, o jornal The Boston Globe homenageou Marcelo Gomes, com o prestigiado prêmio Bostonian of the Year (Bostoniano do Ano – Voz para os Sem Voz: Marcelo Gomes da Silva), ao lado dos presidentes da Harvard University e do Massachusetts Institure of Technology (MIT).










