A governadora de Massachusetts, Maura Healey, enviou uma carta, ontem, ao governo federal exigindo que interrompa os voos de detenção de imigrantes partindo do Aeroporto Hanscom Field, em Cape Cod, e de outros aeroportos, em meio à crescente indignação pública com as operações.
O apelo veio depois que uma nova pesquisa de um proeminente grupo de direitos humanos revelou que os voos do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE), partindo de Hanscom, mais que dobraram desde o ano passado.
A pesquisa acompanhou o aumento dos voos domésticos e internacionais do ICE em todo o país durante o governo do Presidente Trump, e incluiu detalhes sobre o Aeroporto Hanscom Field, que compartilha espaço com uma base da Força Aérea dos EUA e fica a uma curta distância do escritório do ICE em Burlington.
Este ano, o aeroporto operado pela Autoridade Portuária de Massachusetts tem sido o mais movimentado da Nova Inglaterra em relação a voos fretados pelo ICE, ocorrendo cerca de três vezes por semana na maioria dos meses desde a segunda posse de Trump, segundo a pesquisa. Healey expressou preocupação com o fato de os voos serem usados para transportar pessoas para outros estados, onde seus casos seriam julgados em jurisdições distantes de suas casas e famílias.
“Essa prática precisa parar”, escreveu Healey em uma carta à secretária do Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS), Kristi Noem, e a Todd Lyons, diretor interino do ICE.
“Transportar esses residentes para fora do estado e para longe de seus sistemas de apoio e assistência jurídica — muitas vezes poucas horas após a prisão — é intencionalmente cruel e obstrui propositalmente o devido processo legal e a representação jurídica a que têm direito”, escreveu Healey.
O DHS e o ICE não responderam no sábado a um pedido de comentário do The Boston Globe sobre as exigências de Healey. Críticos afirmam que o governo Trump usa voos domésticos para transferir detidos rapidamente do local da prisão para instalações remotas do ICE em estados como Texas e Louisiana, onde os juízes costumam ser mais conservadores e menos propensos a conceder a liberdade provisória.










