Na manhã desta quarta-feira, a preocupação era no complexo de condomínios perto da Baía de Tampa, onde duas semanas atrás passou o furacão Helene, deixando 20 mortos, inúmeros outros lutando por abrigo e muitos destroços. Destroços esses que Milton pode fazer um estrago se passar pelo local jogando os pedaços pelos ares. O governo disse que as pessoas precisam ficar pelo menos 20 milhas de distância do olho do furacão, mas por causa da última tempestade, muitas pessoas não têm para onde ir. E mesmo com os abrigos disponibilizados pelo governo, muitas pessoas optaram por permanecer em suas residências.
Quase 7,3 milhões de floridianos, que vivem em 15 condados diferentes, receberam ordens de evacuação obrigatórias. E mesmo com as autoridades implorando para que as pessoas deixassem as áreas costeiras, o chefe do Corpo de Bombeiros de Tampa implorou novamente nesta quarta-feira, acrescentando que nunca viu nada dessa magnitude e, que as pessoas precisam ajudar as autoridades no processo de evacuação.
Um conjunto de moradores do lado oeste da Flórida não se mobilizou, enquanto alguns vizinhos já tinham ido embora, enchendo pontes e rodovias enquanto fugiam das zonas de tempestades com previsão de inundações de até 15 pés. Mas outros fatores pesaram para os que decidiram ficar, como a pouca disponibilidade de gás, segurança nos hotéis, até à dor de cabeça de voltar para as propriedades possivelmente inundadas, e por isso optaram por não evacuar.
Também, anteriormente havia uma trajetória incerta de Milton, com meteorologistas alertando que o grande furacão poderia oscilar aparentemente sem aviso, mudando seu alvo de chegada e, portanto, seu caminho pela Península. Em alguns casos, quando as pessoas decidem sair das cidades de última hora, elas acabam no meio do furacão. A evacuação por causa do furacão Milton veio em momento muito crítico para os moradores da Flórida que ainda nem se recuperaram da passagem do furacão Helene há duas semanas.
Em outros lugares ao longo da costa oeste da Flórida, os bairros ficaram quietos ao meio-dia desta quarta-feira, enquanto os abrigos no interior se enchiam, as pontes das ilhas fechavam e os tornados da então categoria 4 de Milton começavam a girar na superfície. “Era uma cidade fantasma quando acabamos de sair da Ilha Anna Maria”, disse o chefe de polícia de Holmes Beach, William Tokajer, que no dia anterior havia aconselhado qualquer um que optasse por enfrentar a tempestade monstruosa na ilha a escrever o nome e número do documento de identidade na perna. “Estamos fora da ilha até a tempestade passar, então não haverá brigada de incêndio, nem polícia, nem socorristas, ninguém para atender as chamadas de serviço do 911”, continuou Tokajer. “Fechamos a ilha e retornaremos para verificar tudo depois que o furacão passar”.
Foto: weather.com
