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A Brasileira Marta Torres desafia as fronteiras do cinema e lança ‘Virtualidade’ em Nova York

Manoela McGovern

Pelo terceiro ano consecutivo representando o Brasil em festivais de cinema em Nova Iorque, Marta Torres comemora a estreia mundial de seu segundo curta-metragem “VIRTUALIDADE”, que nesse mês de outubro fará parte do “Chelsea Film Festival”, em Manhattan. O festival está entre os melhores norte-americanos e “foca na revelação de novos diretores, produtores e atores”, segundo o “The New York Times”, que convida a cidade para conferir a estreia de filmes de alta qualidade e o trabalho de novos realizadores audiovisuais que apresentam temas globais.

O curta é o único considerado no gênero “experimental” dentre os filmes internacionais e marca a trajetória da cineasta brasileira com uma narrativa que se diferencia das práticas e estilo do cinema comercial ou industrial. “Virtualidade” é um filme desenvolvido de maneira independente, praticamente todo planejado e executado por uma mulher, da concepção até a apresentação no festival. É um tributo ao cinema mudo combinando reflexões trazidas pelas novas tecnologias.

“Contei com o ator Alan Pellegrino para dividir a narrativa de dois personagens que se encontram na idílica cidade do Rio de Janeiro, a fim de levar os espectadores a refletirem sobre questões trazidas pelas tecnologias atuais, dispensando diálogos e acompanhados de uma trilha sonora clássica”, conta a protagonista e realizadora, que direcionou a arte para que o filme, gravado em colorido, desse a ideia de um preto e branco amarelado. “O mais difícil foi gravar na pedra do Arpoador de forma que os dois parecem estar sozinhos, considerando que se trata de uma produção cujas imagens foram feitas antes da pandemia e o patrocínio era inexistente. Ou seja, foi na base do efeito real mesmo.”

A cineasta, que também assina a fotografia, já havia conquistado o público de variados continentes com outro efeito especial: criou uma gigantesca Mandioca Rainha em um templo sagrado, que passa um recado para a humanidade ao viajar pelos conhecimentos e belezas ancestrais sul-americanas. “A missão encantada”, seu primeiro curta-metragem em festivais, ganhou nas categorias experimental, ficção e documental, com destaque ao prêmio conferido pelo governo chinês como terceiro melhor filme para promoção e divulgação da ciência, e sua participação no mais antigo festival para filmes de arte da Europa. Foi um filme exibido em um museu renascentista italiano, em salas de teatros de Paris, Nova Iorque e Houston. Virtualidade estreia com o prêmio de “best staff pick” conferido pelo Around Film Festival Paris e concorre com filmes de outros 22 países que participarão do Chelsea Film Festival.

VIRTUALIDADE: “Na era da inteligência artificial, dois personagens iniciam uma conversa pelo aplicativo “Socialverse” e encaram suas dúvidas sobre a percepção do que é real no mundo virtual e do que é ilusão na realidade”. Um tributo ao cinema mudo combinado às questões trazidas pelas novas tecnologias.

Chelsea Film Festival – VIRTUALIDADE

Direção de Marta Torres
9 MIN | EXPERIMENTAL | BRASIL | 2023 | WORLD PREMIERE

Elenco: Marta Torres, Alan Pellegrino

https://chelseafilm.org/virtuality/