O diretor interino do Departamento de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos, conhecido como ICE, Todd Lyons, disse que as autoridades federais de imigração planejam “inundar” Boston em resposta à recusa da prefeita, Michelle Wu, em acabar as proteções de santuários da cidade, conforme ordenado pelo governo Trump.

Em entrevista ao programa de rádio “The Howie Carr Show”, ontem, Lyons disse que sua resposta à intenção declarada de Wu de desafiar a ordem federal é que a agência “continuará a tornar Boston segura, ao contrário do que está fazendo com as políticas de cidade santuário”.

“Realizamos a Operação Marcha Patriota, que resultou em mais de 1.000 prisões, e agora veremos mais agentes do ICE vindo a Boston para garantir que retiremos essas ameaças públicas que ela quer que voltem às comunidades”, disse Lyons. “Continuaremos a tornar a América segura”.

Questionado por Carr se o ICE planejava “invader” a cidade de Boston, semelhante à repressão ao crime promovida pelo Presidente Donald Trump, em Washington, D.C., onde agentes do ICE teriam aparecido ao lado da Guarda Nacional e agentes federais, Lyons disse que haveria uma presença maior em Boston após os comentários da prefeita.

“Definitivamente vamos… inundar a zona, especialmente em jurisdições de santuário”, disse Lyons. “Boston e Massachusetts decidiram dizer que queriam permanecer como santuário. Santuário não significa ruas mais seguras. Significa mais estrangeiros criminosos circulando pela vizinhança. Mas, com certeza, veremos uma presença maior do ICE”.

A entrevista de rádio de Lyons representou um dos primeiros indícios de como o governo Trump está reagindo à coletiva de imprensa realizada pela prefeita Wu, essa semana, quando afirmou que a cidade não tem intenção de cumprir a ordem da Procuradora-Geral do EUA, Pam Bondi, de revogar sua lei local de santuário.