Pare com o “jeitinho brasileiro” na américa!

Elisa Tristan-Cheever

BR

Todos os dias nos deparamos com notícias sobre a COVID-19, a varíola do macaco, suicídios, acidentes de carros, deportações e por aí vai. E cada dia vemos que muitas dessas situações poderiam ter sido prevenidas através do “combo” educação, recursos, apoio das autoridades/governo e da disposição individual de cada um na comunidade.

Vacinas são importantíssimas e a ciência mostra por A+B que surtem efeito e protegem. Mas de nada valem se as pessoas não as recebem ou impedem e boicotam outros a usar as mesmas. E se falamos da COVID, nada acontece se também não se tiver a boa vontade e cuidado com o outro, lavando ou usando álcool em gel nas mãos e se isolando e usando máscara, se doente, para evitar contaminar outras pessoas.

Se parares para pensar sobre a varíola do macaco, vale a mesma regra, se o indivíduo está com problemas de saúde, com erupções cutâneas, feridas, por que você vai querer se envolver com outros se o seu instinto e o seu próprio corpo dão sinais de que não estão bem?

Entendemos que muitos ficam à deriva devido a falta de apoio de políticas sociais que permitam que se possa receber o salário se estiver doente, e não o que infelizmente vemos muito, trabalhadores enfermos se matando trabalhando exaustivamente por não receberem benefícios e não terem o “luxo” de tirar os dias de folga.

Luxo, que na verdade é direito de todo ser humano, e se enquadra nos requisitos para se ter uma vida digna e saudável e com acesso a condições vitais, incluindo poder se afastar, quando necessário, para tratar uma doença.

Contudo, existem também casos onde não se segue o que deve ser pregado e impera a vontade de dar um “jeitinho brasileiro”. Pessoal, não se pode estar neste país e em muitos outros achando que é um Brasil sem lei, e que para tudo há um quebra-galho. Se dirigiu bêbado e foi pego, vai pagar. Se agrediu o parceiro ou parceira, vai dar polícia. Se abusou, não existe como fugir. Se atacou, entrou numa briga e feriu alguém, nem se fala!

O respeito ao outro e às leis não deveria ser definido como algo de um país ou estado e sim algo universal.  Enquanto tantos lutam para ter um lugar ao sol e sonham com a documentação para poder ir e vir sem problemas, outros acabam denegrindo e arrasando todo esforço de muitos que vem tentando sobreviver nos EUA e que tentam fazer as coisas da melhor maneira possível.

O tal do “jeitinho” aqui não dá. E não é apenas uma questão de leis, mas de ter bom senso. Você gostaria que alguém chegasse na sua casa já fazendo algazarra, se sentindo dono do pedaço? Ou você ainda pensa que tem que passar a perna no outro para poder ser um vitorioso? Pára com isso!

Temos organizações comunitárias e tantos compatriotas que estão para te apoiar e dividir conhecimento com você . Porém, quem escolhe o caminho que quer seguir e decide o padrão de vida é você! Cai-Cai, turista, documentado ou não, cada um tem a sua história e pode reescrevê-la ou mudá-la e escrever uma nova vida a partir de hoje. Pense bem antes de fazer uma tolice pois consequências estarão batendo a sua porta quanto menos esperar.

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