Liberdade Antagônica

Acontecimentos históricos indicam que a submissão da mulher já vem desde os primórdios atravessando séculos. Ninguém nunca me convenceu, mas, a história indica que a mulher nasceu da costela de um homem. No livro “Maria” do jornalista Rodrigues Alvarez, onde registra a história da mãe de Jesus, deixa claro o seu papel secundário, mesmo sendo um personagem vivo da maior referência de mãe e mulher. Até hoje se questiona o absurdo da traição de Maria. Só mesmo na mente doentia machista.

Os movimentos Feministas tiveram início no século XIX e avançado pelo começo do século XX Este período aborda uma grande atividade feminista desenvolvida no Reino Unido e nos Estados Unidos. Foi o momento em que o movimento se consolidou em torno da luta pela igualdade de direitos para homens e mulheres. Estas se organizaram e protestaram contra as diferenças contratuais, a diferença na capacidade de conquistar propriedades e contra os casamentos arranjados de acordo com os interesses da família, ignorando os sentimentos e direitos de escolhas.

No final do século XIX, o feminismo ganhou destaque em seu ativismo e passou a contestar de forma mais significativa á questão do poder político. As mulheres, até então, eram proibidas de votar e eleger seus representantes, mas, o pleno interesse de participar das escolhas políticas não deixou de ser evidenciado até se alcançar o direito desejado.

Somente no correr do século XX que os resultados foram aparecendo gradativamente. O voto só foi permitido às mulheres a partir de 1918, no Reino Unido. Ainda assim, só tinham direito ás mulheres com mais de 30 anos. Já nos Estados Unidos a manifestação das mulheres ligava-se a outros fatores históricos também. Muitas das que integraram aos movimentos feministas foram defensoras do fim da escravidão no país antes mesmo de lutar por seus direitos. A conquista do voto só aconteceu no ano de 1919.

No Brasil, os primeiros movimentos feministas surgem a partir da luta pelo direito da mulher ao voto, liderada por Bertha Lutz, bióloga, cientista de importância, que estudou no exterior e voltou para o Brasil na década de 1910, iniciando a luta pelo voto.

Analisando esses e outros acontecimentos da história e vendo o que ocorre hoje no mundo, eu tenho uma observação antagônica que me comove como mulher participativa também desses movimentos. Ás vezes eu me pergunto porque tanta luta para sermos diferentes da submissão machista se hoje compactuamos com as mesmas atitudes? Porque brigamos tanto pelo direito ao voto e a cargo público se quando alcançamos nos submetemos as mesmas sujeiras? Somos inimigas de nós mesmas?

No Brasil, 50% das mulheres em cargos públicos estão envolvidas em corrupção, desde as pequenas prefeituras dos municípios aos mais altos cargos de governadora, deputadas, senadoras e presidente. A ex-presidente
sul-coreana Park Geun-hy foi presa recentemente pelo mesmo motivo, a Ex-Presidente da Argentina Cristina Kirchner da mesma forma. Não faz muito tempo Cristina filha do rei Juan Carlos da Espanha envolvida também, e tantas outras que não cabe registrar. Recentemente as câmeras de TV mostrou uma sena vergonhosa de uma
prefeita de um município do Mato Grosso, dentro do gabinete do ex-governador, recebendo pilhas de dinheiro socando dentro de uma sacola produto da corrupção. Vendo essas e outras cenas eu fiquei me perguntando:
Foi para isso que morreram 123 operárias queimadas na fábrica Triangle Shirtwaist no ano de 1911 em Nova York? Foi para isso o sacrifício de mulheres como Mary Wollstonecraft, Maria Deraisme, Pauline Roland, Suzane
Voilquin, Olympe de Gouzes e tantas outras que foram sacrificadas covardemente para que hoje tivéssemos alcançando o patmar da liberdade? Pelas minhas posições feministas, sou sempre convidada para dar palestras
sobre os direitos da mulher, porém hoje, eu sinto uma tremenda dificuldade por não compactuar com o sistema atual de comportamento. Sou uma mulher em liberdade total, nunca me curvei a nenhum tipo de algo que me envergonhasse de mim mesma e por isso, me sinto profundamente triste e decepcionada.