Por Bruna dos Anjos Bortolini e Layane Bonfante Batista
Em 2016, mais de 245 mil novos casos de Câncer de Mama Feminino foram identificados. Para cada 100.000 mulheres, 124 novos casos de Câncer de Mama foram relatados nos EUA. O câncer de mama é o tipo mais comum entre mulheres nos EUA, e estudos mostram que a incidência aumenta com a idade. A probabilidade de uma mulher desenvolver a doença na faixa etária de 40 anos é de 1 em 69; aos 50 anos, de 1 em 38; e aos 60 anos, de 1 em 27. As estratégias para a detecção precoce do câncer de mama são o diagnóstico precoce e o rastreio. O diagnóstico precoce contribui para a redução do estágio de apresentação do câncer e oferece uma melhor chance de sucesso do tratamento. Portanto, destaca-se a importância de educar os profissionais de saúde e as mulheres para o reconhecimento dos sintomas, bem como para o rápido acesso aos serviços de saúde.
Orienta-se que a mulher realize observação das mamas e a autopalpação, sem necessidade de nenhuma técnica específica, quando se sentir confortável, com intenção de valorizar descoberta casual de pequenas alterações mamárias. Além disso, é de extrema importância instruir a população feminina como identificar as mudanças habituais das mamas em diferentes momentos do ciclo de vida. No entanto, o auto-exame das mamas não substitui o rastreio mamográfico e outros testes.
O rastreamento do câncer de mama é uma estratégia voltada para mulheres na faixa etária em que o equilíbrio entre benefícios e riscos dessa prática é mais favorável, com maior impacto na redução da mortalidade. A detecção precoce com o rastreio mamográfico reduz significativamente as mortes por câncer de mama em 20% a 40%; e a cada 1.000 mamografias, 2 a 8 casos de câncer de mama são detectados. Embora seja relatado que para mulheres que possuem prótese mamária esse rastreio mamográfico seja menos sensível, essa população feminina também se beneficia do exame, devendo, assim, também ser submetidas ao rastreamento. Existem muitas divergências na literatura sobre como realizar esse rastreio, no entanto, a decisão de iniciar o rastreamento mamográfico deve ser individual, de acordo com o profissional de saúde responsável pelo paciente e com o que o seu seguro de saúde tem a oferecer. É conveniente destacar que a mamografia é desconfortável para algumas mulheres. A compressão mamária é usada para criar densidade uniforme, reduzir a espessura da mama e suavizar a sobreposição de pele e tecidos, fornecendo imagens mais nítidas e dose de radiação reduzida. Para evitar essa dor, sugere-se fazer uma mamografia na semana após o período menstrual.
Conforme relatado anteriormente, são essenciais o autoconhecimento e a identificação de alterações mamárias. De acordo com a American Cancer Society, alguns sinais e sintomas são: nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor; pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; alterações no bico do peito (mamilo); pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço; saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos, dentre outros sintomas. Entretanto, tais mudanças podem não sinalizar um câncer de mama, e sim indicar uma alteração mamária funcional durante uma fase do ciclo menstrual ou doença mamária benigna. No entanto, ao identificar alterações persistentes nas mamas, as mulheres devem procurar imediatamente um serviço para avaliação diagnóstica. Além do acompanhamento médico e de procurar serviço de saúde ao reconhecer determinadas modificações nas mamas, existem algumas medidas que as mulheres podem tomar para ajudar a prevenir o câncer de mama. Hábitos saudáveis, tais como: praticar atividade física, manter alimentação saudável, manter-se no peso adequado, evitar tabaco e ingestão de bebidas alcoólicas podem ser eficazes na redução da incidência dessa doença. Destaca-se também a importância da política de alerta à saúde das mamas, bem como o rastreamento do câncer de mama e também o cuidado e a preservação de um estilo de vida saudável, que possivelmente resultarão, respectivamente, em diagnóstico precoce e menor probabilidade de desenvolver a doença.
Referências:
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