O resultado pode ser traumático

Elisa Tristan-Cheever

Com lágrimas nos olhos, coração na boca e aquele aperto angustiante fui lendo mais informações sobre crianças afastadas dos pais, encarceradas, marginalizadas. Inocentes criaturas vindo a este país  inconscientemente  com os seus pais, estes à procura de um futuro melhor.

Como mãe e alguém que ficou separada dos filhos por um  ano, não tive como não entender, pelo menos parcialmente,  a dor que os pais sofrem com a separação. Não se tem palavras para descrever o vazio e a solidão, uma dor constante quando vemos que esses seres que tanto amamos são retirados da nossa convivência.

Mas, quanto a cabecinha dessas crianças e adolescentes? O que os seus olhinhos vêem, o seus corações sentem e não podem falar? Talvez o primeiro ímpeto é tentar correr, gritar, chorar e se desesperar. Ou talvez, se recolher e estar de lado, num canto, totalmente enebriado pela dor da falta de uma  mãe ou um pai.

Como não podemos deixar de pensar no impacto dessa situação estressante delas? De imaginar como o seus cerebrozinhos estão confusos e alterados? Já todos sabemos que não existe essa estória de que por ser criança pequena você não lembrará das coisas e fatos  quando crescer. As suas memórias ficam e crescem com você. Este estresse, esta situação está afetando sim a vida dessas centenas de crianças que não merecem ser tratadas como cachorros. Quer dizer, até cachorros estão sendo melhor tratados.

O que podemos esperar do futuro delas? Que se reunidas a família, apresentarem um caráter agressivo, vendo os pais como culpados por esses acontecimentos.  Ou, quem sabe, até o contrário, do menor ficar ultra dependente dos pais com o medo de os perder novamente.

E no nível fisiológico, pode sim estar tendo comprometimento do cérebro que acarretará possívelmente em problemas de aprendizado, de acordo com o pediatra Marcio Leyser  e publicado no site VivaBem.  Infecções e alergias também podem entrar na pauta.

Estamos falando de bebês que estão sendo traumatizados, violentados mentalmente e alguns físicamente e que podem acarretar riscos de apresentarem problemas cardiovasculares,  alcoolismo, depressão, entre outros. Adultos que não verão ou recordarão a infância com alegria, mas apenas sofrimento.

E ainda temos os que se dizem seres humanos e cristãos comentando que isso é para “os pais aprenderem” a imigrar para este lugar de uma forma “legal”. Será que é isto o verdadeiro sentido desta nação formada com base no trabalho de milhares de imigrantes e os seus filhos , chamada Estados UNIDOS da América?

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V12 - 2019 | Nº 78
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