Por Manoela Maia McGovern

Nascida em São Paulo no final do século XIX, Tarsila do Amaral, estudou piano, escultura e desenho antes de partir para Paris em 1920 para participar da Académie Julian, a famosa escola de arte da França. Durante as temporadas subsequentes na capital francesa, ela estudou com André Lhote, Albert Gleizes e Fernand Léger, cumprindo o que ela chamou de “serviço militar em cubism”, chegando finalmente a seu estilo assinado de paisagens sensuais e vibrantes e cenas comuns.

A exposição no Museu de Arte Moderna (MOMA), na cidade de Nova York, é sobre a década de 1920, quando ela navegou nos mundos da arte de São Paulo e Paris, mostrando seu envolvimento com uma comunidade artística cada vez mais internacional, bem como seu papel crítico no surgimento do modernismo no Brasil.

Embora ela seja amplamente celebrada em seu país natal, esta é a primeira exposição nos Estados Unidos dedicada exclusivamente à arte inovadora de Tarsila. Apresentando mais de 100 obras em uma galeria exclusiva, incluindo pinturas, desenhos, cadernos, fotografias e documentos históricos extraídos de coleções em toda a América Latina, Europa e Estados Unidos.

Em 1928, ela pintou umas das telas mais famosas de sua carreira, o Abaporu para seu marido, o poeta Oswalde de Andrade, retratando uma figura alongada e isolada com um cacto em flor. Essa pintura histórica inspirou o Manifesto da Antropofagia e tornou-se a bandeira de um movimento artístico transformador, que imaginava uma cultura especificamente brasileira decorrente da digestão simbólica – ou “canibalismo” artístico – de influências externas.

A exposição está aberta ao público até o dia 3 de Junho, e é organizada pelo Museu de Arte Moderna e pelo Instituto de Arte de Chicago.