Viver em Nova York é uma experiência vibrante, cheia de cultura, diversidade e oportunidades. Mas quando o assunto é custo de vida, especialmente alimentação, a realidade pode pesar bastante — literalmente no bolso. Como mãe de dois filhos, sendo um adolescente que come como se estivesse em constante preparação para uma maratona e outro menino de 11 anos que também não fica muito atrás, o desafio de manter a geladeira abastecida virou uma verdadeira missão de guerra.
Hoje, minha feira semanal em Nova York gira em torno de 400 dólares. Parece muito? Pois é. Quando comecei a perceber esse valor, senti um choque. Mas, analisando cada compra, entendi que os preços subiram absurdamente nos últimos meses, e alimentar dois meninos em fase de crescimento (e com apetite proporcional) significa carrinhos cheios e pouco espaço para “luxos”.
Onde o dinheiro vai?
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Carnes e proteínas: São indispensáveis aqui em casa. Frango, carne moída, bifes, ovos… Só a parte das proteínas já leva uma boa fatia do orçamento. Um pacote de peito de frango pode custar entre US$10,00 a US$14,00 dependendo do mercado e da promoção.
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Frutas e vegetais: Priorizar alimentos frescos é essencial para manter a saúde, mas custa caro. Um simples cacho de uvas pode ultrapassar US$7,00, e uma bandeja de morangos chega facilmente aos US$8,00.
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Lanches e snacks: Com crianças em casa, lanches são inevitáveis. E mesmo tentando optar por opções mais saudáveis, como barras de proteína ou biscoitos sem glúten, o preço é salgado. Um pacote de granola, por exemplo, pode passar dos US$6,00.
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Produtos básicos: Arroz, feijão, leite, queijo, pão sem glúten — todos esses itens essenciais também encareceram bastante. Um simples pacote de arroz pode custar entre US$4,00 a US$7,00 dependendo da marca e da loja.
Por que ficou tão caro?
Nova York sempre teve fama de ser uma das cidades mais caras do mundo. Mas nos últimos tempos, a combinação de inflação, problemas na cadeia de suprimentos e aumento dos custos de transporte elevou os preços a níveis inéditos. E, para famílias como a minha, que precisam de quantidade e qualidade, a diferença é sentida toda semana.
Como tento contornar
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Planejamento de refeições: Faço cardápios semanais para evitar compras desnecessárias.
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Compras em atacado: Sempre que posso, compro carne e alguns produtos em lojas como Costco e Trader Joe’s, onde o preço por unidade é mais em conta.
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Aproveitar promoções: Fico de olho em cupons e ofertas semanais, mesmo que isso signifique visitar dois ou três mercados diferentes.
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Congelamento estratégico: Compro grandes quantidades de carne quando está em promoção e congelo para usar nas semanas seguintes.
A realidade por trás dos números
Gastar US$400,00 por semana parece um absurdo, mas é a realidade para muitas famílias em Nova York hoje — especialmente aquelas que tentam manter uma alimentação minimamente saudável. Entre alimentar um adolescente com apetite de adulto e um pré-adolescente que também precisa de energia para crescer, equilibrar o orçamento virou um exercício diário de estratégia, paciência e, muitas vezes, criatividade na cozinha.
No final das contas, alimentar a família com amor e consciência compensa qualquer sacrifício. Mas confesso: estou sempre em busca de maneiras de fazer esses 400,00 dólares renderem um pouquinho mais.