Nosso inconsciente e as figuras de linguagem: metáfora e metonímia

Nos meus estudos psicanalíticos, aprendi que muitas vezes o nosso inconsciente se comunica conosco através dos nossos sonhos como também das nossas intuições, atos falhos e chistes, usando as figuras de linguagem que podemos chamar de metáforas e metonímias ou seja, manipulando a linguagem que contém emoções, para melhorar (ou seria dificultar?) nosso entendimento. As metáforas ocorrem com as comparações de idéias, como quando dizemos ou pensamos que nosso coração está partido, queremos dizer que estamos sofrendo por amor, por desilusão, por desprezo. Ainda que a gente não perceba, usamos metáforas no nosso dia-a-dia. As metáforas e metonímias são utilizadas na música, na poesia, na literatura, na publicidade, nos chistes, pilerias e gracejos.

A metonímia refere-se a associação de idéias (varias idéias substituídas) e consiste no emprego de uma palavra fora do seu contexto semântico normal, dada a sua contiguidade material ou conceitual com outra palavra, quando por exemplo nos referimos a um produto que usamos pela marca, por aproximação. Não deve ser confundida com a metáfora, embora essa outra figura de linguagem se dê através de um mecanismo de substituição semelhante.

Um exemplo de metonímia é quando dizemos Bombril, ao invés de dizermos espoja de aço, ou Post it, ao invés de dizermos papel com cola. Bom, se alguém viaja do Brasil para os EUA, não adianta procurar no supermercado por Bombril, ou mesmo procurar pelo pacote de plástico amarelo com letras vermelhas. Melhor mesmo é saber que nos EUA, o Bombril se chama SOS! Está muito confuso? Eu sei… mas quem disse que estudar psicanálise ou ler Lacan (médico psicanalista, 1901-1981) é fácil? O importante é que eu consiga me comunicar e explicar que as mensagens que chegam para nós através do inconsciente e das intuiçōes, chegam como um código: cifradas!

Na maioria das vezes, as metáforas e metonímias se apresentam representadas nos nossos sonhos como condensação, ou seja, resumidas, sintetizadas ao essencial. Quando ficamos confusos, muitas vezes somatizamos doenças, que não são vistas com exames médicos físicos, onde as tensões são psicologicamente escondidas embaixo do nosso tapete mental, no nosso inconsciente, falando metaforicamente, usando uma figura de linguagem, jaá que no nosso inconsciente não existe nenhum tapete físico.

Essas doencas sao chamadas de psicossomáticas, que podem aparecer como uma dor de cabeça, dor no estômago, dores nas costas ou em várias outras partes do corpo, nos impedindo de funcionar devidamente. Naão escondemos o que foi recalcado propositadamente, ou conscientemente, mas fazemos isso sem sabermos. A dor de enfrentarmos os nossos problemas é tão grande que escolhemos inconscientemente escondê-la embaixo do tapete e ficamos consequentemente doentes, seguindo nosso caminho de vida complicada pelas dores, fazendo-se representar por metáforas.

Quando o orgulho, a vaidade ou a soberba aparecem na minha cabeça pelo ótimo trabalho que desempenhei, logo vem seguido da metonímia no meu inconsciente: “mais alto o coqueiro, maior é a queda do côco, afinal, todo mundo é igual”. Ou ainda “a mão direita não deve saber o que a mão esquerda fez”. Jesus se comunicou com seus discipulos usando parábolas. Acredito que Deus se comunica conosco atraveés do inconsciente, usando metáforas e metonímias. Difícil de entender? Preste mais atenção e procure se apropriar do seu inconsciente.

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