Férias escolares nos EUA, como lidar?

Manoela Maia McGovern

summer

Mais um ano letivo se foi e as crianças estão de férias. Aqui em Nova York o ano curricular consiste em 180 dias de aulas e 11 semanas, ou seja 77  dias de férias para os alunos. Alguns estados começam mais cedo e entram de férias mais cedo, mas o total de dias de folga para a criançada acaba sendo praticamente o mesmo.

Quando o meu filho mais velho começou a estudar, eu confesso que achei um pouco estranha essa dinâmica. O ano letivo por aqui começa em setembro e termina em junho do ano seguinte, portanto tudo relacionado à escola acaba tendo dois anos. Por exemplo, as fotos que os meus filhos tiram na escola vem com a terminação 2021-2022, o boletim também, entre outros documentos. A forma como é feita no Brasil fazia muito mais sentido para mim porque as aulas se iniciam no começo do ano e terminam no fim do mesmo ano. Desta forma, a formatura dos alunos faz referência apenas ao ano de 2021, e não dobrado com os anos de 2021-2022. Porém, não demorou muito para eu perceber que acontece dessa forma aqui nos EUA porque as crianças ficam de férias durante o verão e, nos EUA acontece nos meses de junho, julho e agosto. Portanto, eles não têm outra opção a não ser fazer desse jeito.

Durante esse período, muitas crianças vão para colônias de férias. Algumas longe de casa, onde os pais podem visitar frequentemente em algum espaço destinado para isso, como ranchos, acampamentos e cabanas perto de algum lago. E outras, acabam ficando na cidade tendo  aulas diárias com várias atividades esportivas, ou com modalidades específicas como basquete, robótica, surf ou até mesmo culinária. São diversas opções espalhadas para facilitar a vida dos pais, afinal, nenhum pai ou mãe tem 11 semanas de férias por aqui. Na maioria dos casos, são apenas duas semanas e são raríssimas as pessoas que têm 4 semanas de folga. Porém, nem toda família tem condições de pagar por essas colônias de férias que tem o preço bem salgado. Uma escola de arte, por exemplo, pode chegar ao valor de 6 mil dólares por apenas algumas horas de aula durante 6 semanas. E contratar babá para entreter a cria fica em torno de 700 a mil dólares por semana porque aqui elas recebem por hora, e dependendo da região pode sair por $15 até $25 dólares a hora. Quem não pode bancar, acaba arrumando um jeito. Tem muito casal que se vira nos trinta, marido tira ferias primeiro e fica com as crianças. E depois a esposa faz o mesmo. O restante das férias vai no malabarismo. Os que têm a sorte de ter família por perto, levam o filho para a casa de algum parente, e dependendo do trabalho alguns até conseguem levar o filho junto. Outros, acabam se organizando de acordo com o horário do filho, levando o computador para os playgrounds, praias e parques espalhados pela cidade.

 

Com a pandemia, muita gente começou a trabalhar de casa e continua ainda dessa forma, o que por um lado termina facilitando no cuidado com os filhos durante as férias e feriados escolares. Alguns conhecidos acordam bem cedo enquanto os filhos ainda dormem para trabalhar de casa ou trabalham até tarde da noite depois que os filhos já foram dormir. Nessas situações não existe melhor jeito de cuidar ou pais mais ou menos conscientes. Julgamentos e competições ficam fora do páreo. Vale dar o eletrônico quando uma reunião online surge de última hora, dar de almoço uma comida fast-food ou até mesmo uma sessão de cinema em casa com pipoca e um filme no meio da tarde para poder terminar algum projeto importante.

Mas no final, tudo acaba se ajeitando por aqui. Todo mundo se diverte e consegue curtir bastante a estação mais esperada do ano: o verão! E não importa se a sua família tem o costume de fazer viagens internacionais nesse período, ou viaja pelas redondezas para a mesma cidade todos os anos, ou até mesmo não vai a lugar algum e a diversão é brincar no bairro com os vizinhos, o que importa é que essas memórias ficam para sempre na mente da crianças criando uma tradição que passa de geração a geração. Happy summer everyone!

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V12 - 2019 | Nº 78
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