Do mesmo jeito que cresci celebrando o São João no Nordeste, agora estou tendo que pular carnaval na neve. Alguns feriados exigem clima quente e outros, climas mais frios, às vezes até gelados. Natal com neve combina, mas carnaval não. Confesso que alguns feriados que só são comemorados no Brasil eu só não passo batida porque a minha família é muito animada e está sempre indo brincar em alguma outra cidade. Então eu acabo sabendo do que está acontecendo por lá. E além disso, o brasileiro é um povo animado e de vez em quando aparece uma festinha carnavalesca aqui em Nova York.
Quem mora no Brasil sabe que durante as festas Juninas a gente acende fogueira, veste botas e os comes e bebes são apropriados para o inverno. Só que em Maceió não tem inverno, apenas chove. Não faz frio, mas isso não impede que a gente se divirta. Me lembro bem da última vez que fui ao Brasil e ainda consegui pegar o finalzinho do São João. Quando cheguei no “Arraiá”, não demorou muito para eu começar a transpirar. Como de costume para a época do ano, era uma noite chuvosa, e tinha gente demais dentro de uma tenda gigante. Nessa horas a gente só deseja estar em uma cidade mais fria né?
Já o Carnaval nos remete a pouca roupa, bebidas geladas, e piscina e praia para refrescar o calor. Nada a ver colocar casaco, bota, gorro e cachecol. Dá até preguiça de se arrumar para sair de casa tendo que colocar esse aparato todo em cima da gente. Posso afirmar com certeza que a vontade de muitos brasileiros por aqui era estar correndo atrás de um trio elétrico ou assistindo os desfiles das escolas de samba na Marquês de Sapucaí. A folia nas ruas de Olinda também não ficam para trás. Escutei muita gente dizendo como sente saudades daquele frevo gostoso.
Aqui em Nova York algumas bailes de máscara são organizados. Alguns bem fora do orçamento da maioria, e outros onde qualquer pobre mortal poderia participar. Festinhas de Carnaval para criança tem todos os anos e geralmente são organizadas pelas escolas de português. Cheguei até a participar de algumas quando o meu filho mais velho era pequeno e ele curtiu bastante. Esse ano até pensei na possibilidade, mas a festa era “drop off”, ou seja, você deixa deixa o seu filho lá e depois vai buscar. Como o meu filho mais novo só tem 5 anos, não me senti segura fazendo isso. Enquanto isso, já que não tem o boneco de Olinda, a gente se diverte fazendo o famos “snowman”. E usa a criatividade jogando neve para o céu, ao invés de confeti e serpentina. Mas ano que vem, com certeza irei combinar com as amigas para fazer um encontrinho carnavalesco entre a criançada. Já até pedi para a minha mãe comprar confeti e serpentina e guardar. Da próxima vez que eu for ao Brasil, trago comigo os itens indispensáveis para garantir que a folia na terra do Tio Sam será divertida.
