VELHA INFÂNCIA

Manoela Maia McGovern

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As crianças de hoje jamais saberão como foi a nossa infância. As brincadeiras eram ao ar livre e a maioria dos brinquedos estimulavam a imaginação. As experiências coletivas além de motivar o convívio social, também incentivavam a atividade física. Mas com o aumento da criminalidade e dos dispositivos tecnológicos, tudo isso foi se esvaindo e perdendo força ao longo dos anos. Tenho certeza que assim como eu, existe muita gente que ama recordar as boas lembranças do passado. Portanto, que tal relembrarmos alguns costumes nostálgicos da nossa infância?

Brincar na rua era um dos hábitos mais comuns entre as crianças dos anos 80, mas infelizmente hoje em dia isso tem diminuído em algumas cidades devido ao aumento da violência. Querendo proteger os filhos, alguns pais acabam enclausurando as crianças em casa ou geralmente escolhendo passeios em locais fechados, acarretando o uso excessivo de aparelhos Eletrônicos, como tv, smartphones, tablets e video games. A maioria das pessoas que eu conheço que cresceu morando em casa, hoje moram em condomínio fechado na tentativa de criar os filhos do mesmo jeito que foram criados. Não deixa de ser uma excelente solução, mas isso é a realidade de poucos, infelizmente nem toda criança pode andar de bicicleta, ir ao playground e brincar na rua com os vizinhos sem se preocupar muito.

Nos anos 80, a imaginação comandava as brincadeiras. Podia ser amarelinha, pega-pega, esconde-esconde, queimado, pular corda, telefone sem fio, ou até brincadeiras com pedrinhas achadas na rua. Elástico não podia faltar na mochila da escola para brincar na hora do recreio. E o bambolê era um item essencial na vida de muitas crianças, pelo menos na minha! Passei uma fase brincando de “dama antiga”, onde eu e as minhas amigas pretendíamos estar no século passado, vestindo roupas do tempo feudal com uma mistura do desenho animado “caverna do dragão”. Quem lembra? Nós também criávamos salas de aula e, tinha quadro negro e tudo! Eu jurava que ia ser professora quando crescesse de tanto que eu gostava de ensinar os meus “alunos”. Álbuns de figurinhas, coleções de adesivos ou papéis de carta eram febre na época. Lembro que os muitos dos meus amigos se divertiam com os pés descalços e apenas um saquinho de bolinhas de gude (conhecidas como chimbras no Nordeste do Brasil). Bastava desenhar um circulo no chão de terra e cada um jogava a sua bolinha com o impulso do polegar. Havia chimbra de vários tamanhos e cores. Tinha criança que acreditava que algumas eram mais especiais que as outras por causa da cor. Os Jogos de tabuleiro faziam sucesso lá em casa. Aprendi os continentes do mundo brincando com o jogo War, mesmo achando que era o mais competitivo de todos com aquela busca incessante de conquistar territórios, eu curti a beça. Banco imobiliário foi um clássico e demorava uma eternidade para acabar, mas era divertido brincar de ser gente grande, investindo, pagando o que deve e fazendo de tudo para não ir para a cadeia. Bom, espero que os meus coleguinhas de infância ainda mantenham essa prática!  

Hoje em dia tento apresentar aos meus filhos tudo que vivenciei de bom. O meu filho mais velho já assistiu comigo alguns filmes como “E.T.”, “De volta para o futuro”, “Jurassic Park”, “Harry, o pé grande”, Free Willy”, “CaçaFantasmas”, “Querida encolhi as crianças”, “Esqueceram de mim”, e os mais antigos da série de filmes do super-homem, entre outros. Recentemente, comprei bolinha de gude para eles e eles amaram. Brinco bastante de quebra-cabeças e lego com eles e, quando o clima não está congelante aqui em Nova York, andamos de bicicleta, patinete, brincamos de bolinha de sabão, de desenhar com giz na calçada, tomamos banho de mangueira ou fazemos guerra de água. Massinha e giz cera também fazem parte de algumas atividades durante o inverno e, como eles geralmente ficam mais tempo em casa, limito o tempo na frente das telas, afinal não tem como impedir 100%, não é? Até porque a tecnologia trouxe coisas boas para o nosso cotidiano. Eu estou sempre incentivando os meus filhos a se movimentarem de alguma forma. Seja com as artes marciais, corrida, yoga ou qualquer outro tipo de dança. Eu valorizo muito as atividades físicas e, sempre que tenho tempo, estimulo ao máximo a criatividade deles. E na sua casa, como é? Você já ensinou alguma das experiências da sua infância para o seu filho? Me conta aqui nos comentários.  

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V12 - 2019 | Nº 78
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