Língua e linguagem

A língua que falamos é um sistema formado de símbolos  ou “o conjunto de palavras e expressões usadas por um povo, o conjunto de regras gramaticais; idioma”, de acordo com o Minidicionário Aurelio, para nossa comunicação. A  Linguagem, também de acordo com o Minidiocionário Aurelio, “é o uso da palavra como meio  de expressão e de comunicação entre pessoas”. A Linguagem, como forma de expressão própria de um indivíduo,  pode ser falada, escrita, ou gestural, não necessariamente verbal.

Contudo, a língua não é absoluta, não explica tudo. Algumas experiências durante a nossa vida não podem ser entendidas ou traduzidas dentro da nossa língua. As experiências vividas por cada indivíduo são subjetivas e relacionadas a sentimentos e seus significados  pessoais no nosso inconsciente, (linguagem) mais do que aos fatos. Algo que eu presencio vai me afetar diferentente do que afetaria ao meu vizinho. Para Jacques Lacan (Psiquiatra e Psicanalista Frances Paris, 13 de abril de 1901- Paris, 9 de setembro de 1981) a língua usualmente se refere a uma específica língua como Português, Inglês ou Francês, enquanto que a linguagem se refere em geral a conceitos abstratos de uma língua em particular, ou seja, a linguagem para Lacan é uma estrutura de significantes no inconsciente.

Deixando de lado o conceito de linguagem Lacaniana que é de difícil abordagem e compreensão (levariamos pelo menos 12 meses estudando esse assunto, que de certa forma é como andar de bicicleta: aprendeu, nao esquece mais) seguiremos com a preocupação em entender e explicar conceitos diários e comuns em nossa vida  tais como: GRAVIDEZ em se tratando da relação emocional entre mãe e filhos.  A mulher, sentindo o desenvolvimento de outro ser dentro do seu corpo: os movimentos do bebê, as batidas do seu coração e o seu crescimento. Mãe e bebê por nove meses são como um único ser. Não acredito nesse dizer politicamente correto de que “estamos gravidos”. Para mim, a gravidez é uma experiência  subjetiva. Daquele momento em diante, qualquer coisa negativa que venha acontecer ao bebê, acometerá emocionalmente a mãe duplamente.  E assim será por toda a vida!

Como segundo exemplo de que a língua não consegue expressar tudo,  citaria a PAIXÃO como um sentimento acéfalo. Apaixonados não conseguem se alimentar ou dormir direito. A concentração fica comprometida. Amantes tentam simbolizar e sublimar o sentimento avassalador utilizando a ARTE: escrevendo poesias, músicas, pintando. Que bom que a paixão não dura para sempre e nem poderia! Mas é excelente experimentar esse sentimento inexplicável ao menos uma vez na vida.

Ser PSICOANALIZADO: um método que permite experimentar, conhecer-se, entender o seu inconsciente e articular a sua verdade, sem fantasias e expectativas nos outros. Engana-se quem pensa que é um método fácil. No fim de um bem sucedido processo de  psicoanálise, o indivíduo surge como um novo sujeito.

Ter sido Miss Universo em 1968. Somente um fato para muitas pessoas. Para outras, apenas uma forma de trabalho ou negócio lucrativo, vaidade, futilidade, ou alienação da realidade. Mas toda a experiência que se adquire com a indepência psicológica, as mudanças de cultura e de vida, são indescritíves. É da ordem do impossível de dizer.

Concluíndo, os humanos inventaram a língua para facilitar a comunicação, que às vezes até nos atrapalha: dizemos uma coisa e o interlocutor entende outra, por causa da linguagem. Usando a mesma língua, não somos capazes de descrever precisamente nossas emoções por causa da subjetividade da linguagem experimentada por cada indivíduo diferentemente.  Língua e linguagem então seriam a associação de conceitos para nossa comunicação, que muitas vezes falha.

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