Hora de aprender sobre a seriedade da dislexia

Elisa Tristan-Cheever

dislexia

Hoje estaremos falando de um assunto que talvez você tenha escutado falar mas não entenda muito bem, a dislexia. Quando encontramos alguém chamando uma criança de disléxica, pode ser que venha à cabeça do adulto ou da criança aquele menor que é o “lento’ na escola. Para outros, o “bobão” que não aprende o beabá e por aí vai. Principalmente entre as crianças, a falta de informação impera e elas usam esse linguajar ao se referir a um colega, linguagem que machuca o outro, muitas vezes, imitando o que ouviu de um adulto.

Vamos lá, você leitor(a) sabe realmente o que é a dislexia? Segundo a IDA (International Dyslexia Association) a Dislexia é “considerada um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração. Essas dificuldades normalmente resultam de um déficit no componente fonológico da linguagem e são inesperadas em relação à idade e outras habilidades cognitivas. Consequências secundárias podem incluir problemas de compreensão de leitura e redução da experiência de leitura que podem impedir o crescimento do vocabulário e do conhecimento prévio”.

Na verdade essa definição é grande para explicar o fato de que uma pessoa não consegue aprender. Apesar de conhecermos mais detalhes sobre esta condição e meios de diagnosticá-la, ainda assim muitas pessoas pensam que é coisa de criança. Infelizmente, temos adultos que são disléxicos e que continuam tocando as suas vidas, formando-se, conseguindo empregos, criando famílias. Existem estudos mostrando que 1 em 10 adultos tem dislexia.

Um aviso, pare de pensar que essas pessoas não são inteligentes. Ao contrário, elas têm inteligência normal e muito mais para nos mostrar. Ronald Dell Davis descreveu as habilidades do disléxico. Enfatizou como eles podem utilizar o cérebro para alterar e criar percepções. São pessoas, de acordo com Davis, altamente conscientes quanto ao meio ambiente, são mais curiosas do que a média. Também pensam principalmente em imagens em vez de palavras. O disléxico é altamente intuitivo e pensa e percebe multidimensionalmente, ou seja, usa todos os sentidos.

Neste mundo estamos convivendo com muitos deles e pode ser que não tenhas idéia. Para aquele que acha um tédio ler em voz alta, tenta e não consegue dominar uma língua estrangeira, talvez dislexia seja a resposta. Dificuldade para ler ou memorizar, ou até entender uma piada, também podem fazer parte da dislexia. E como saber se você tem dislexia? Lembre-se se na escola você era aquele que não soletrava bem, tinha dificuldade para resolver problemas matemáticos ou até pronunciava nomes incorretamente. Ou no trabalho, é difícil para você completar um treinamento? Acha que algo do que falei soa familiar?

Então, tenha uma conversa com o seu médico e com o terapêuta, se tiveres um. Fale dos seus sintomas, do seu passado e se tem algum caso na família. Na internet existem testes e sites de organizações como a IDA, mas não se estresse tentando dar uma de especialista e já se rotulando como um disléxico. Busque ajuda e respostas para as suas perguntas. Lembre-se que nos EUA existe o Americans with Disabilities Act, lei que foi feita para prevenir discriminação, ajudando a qualquer pessoa com incapacidade a participar em tudo na sociedade.

Para resumir, não se coloque como vítima e lute por seus direitos. Um disléxico pode trabalhar e ter sucesso. O que necessitas é ter uma estrutura, um plano individualizado para as suas necessidades, ter o apoio para que possas receber treinamento e materiais que te ajudem a aprender. Dúvidas, entre em contato comigo pelo info@brazilianmagazine.net.

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