Forças armadas voltam a aceitar recrutas imigrantes, graças a ordem judicial

Marcony Almeida

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O Pentágono começará a recrutar novamente milhares de titulares de green card para treinamento, suspendendo uma política adotada pelo governo Trump no ano passado que tornou mais difícil para imigrantes ingressarem no exército americano, segundo o jornal The Washington Post.

A política adotada em outubro de 2017 exigia que cada titular de green card se submetesse a uma verificação mais rigorosa de antecedentes, antes de ingressar em campos de treinamento. A decisão foi além dos requisitos padrões existentes há anos para os candidatos com green card, como a triagem biométrica.

A mudança colocou milhares de imigrantes legais em limbo, já que os novos requisitos demoravam, em média, quase um ano para serem processados, e empregos específicos dentro das forças armadas prometidas a eles desapareceram.

A nova diretriz judicial diz que cada serviço armado deve cumprir imediatamente uma liminar emitida no mês passado no Tribunal Distrital do Distrito Norte da Califórnia. Nela, o juiz Jon S. Tigar concordou com um argumento dos advogados de dois possíveis membros do exército e da American Civil Liberties Union de que o Pentágono não explicou satisfatoriamente porque a nova triagem é necessária, e disse que a decisão deveria ser desconsiderada.

A tenente-coronel da Força Aérea, Carla Gleason, porta-voz do Pentágono, disse que as forças armadas começarão a enviar os recrutas para treinamento nesta semana. Eles serão colocados em lugares disponíveis, e os serviços terão que considerar fatores como suas necessidades e as preferências dos candidatos em potencial.

A liminar alivia a pressão sobre um grupo de possíveis tropas que o Pentágono recrutou há muito tempo, promovendo o auto-aperfeiçoamento e, em alguns casos, uma chance de obter a cidadania norte-americana. Cerca de 18 mil soldados imigrantes eram detentores do green card no início da administração Trump, e cerca de 5 mil se juntaram às forças armadas todos os anos antes da política mais rígida emitida pelo governo Trump, disseram autoridades do Pentágono.

Algumas autoridades militares levantaram preocupações internamente de que a medida que dificultava o ingresso dos imigrantes nas forças armadas poderia apresentar problemas para um exército que sempre precisa de novas tropas.

O Exército enviou 4,600 titulares de green card como recrutas para treinamento em 2016, e 3,600 em 2017, segundo dados do Pentágono. Esse número despencou para 513, em 2018, já que o Exército perdeu sua meta de recrutamento pela primeira vez desde 2005, em cerca de 6,500 soldados, apesar de gastar mais de US$ 200 milhões em bônus. O serviço recusou-se a informar quantos titulares de green card estão em seu sistema esperando para serem enviados para treinamento, citando o processo judicial.

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