Há um ano, o povo americano e o restante do mundo aguardavam o que aconteceria com a presidência de Donald Trump. Agora, todos já têm uma ideia. O que muitos não esperavam, no entanto, é que seria tudo tão catastrófico. Para a comunidade imigrante, tanto documentada quanto indocumentada, as ações do Presidente e sua administração também não têm sido das melhores. Trump reduziu a entrada de refugiados no país, cancelou status temporário para outros imigrantes de países afetados por catástrofes naturais e guerras, além de dificultar a emissão de vistos e residência permanente nos Estados Unidos.

No entanto, mesmo com tantas dificuldades de um governo jamais visto antes na história desse país, ainda há esperança de dias melhores em 2018, segundo líderes que trabalham em benefício da comunidade imigrante. Mas a esperança terá que vir aliada com a ação individual para mudar. É o que aconselha Heloísa Galvão, jornalista, colunista da BM, e diretora-executiva do Grupo Mulher Brasileira. Para ela, “esperança sempre há, mas só esperança não vai mudar a situação desastrosa em que nos encontramos”, acredita. “Eu espero para mim e para nossa comunidade e todos os residentes desse país em 2018 um governo digno, que respeite o povo e que governe para o povo. Também espero que nossa comunidade se levante e aja. Tenha coragem e resista. E acima de tudo se conscientize de que sem luta não  mudaremos a situação política atual. Cada uma de nós tem um papel neste processo de mudança e todas temos de exercer este papel para que nossa vontade prevaleça”.

Mesmo com tudo que está acontecendo na Casa Branca e no congresso americano, os estados americanos têm um grande papel na melhoria de vida de seus residentes. Diferente do Brasil onde a lei federal, geralmente, controla quase que por completo a vida dos cidadãos, nos Estados Unidos os estados são mais independentes, cada um com sua Constituição e leis próprias. Assim, governos locais possuem mais soberania para ajudar, ou não, os seus residentes.

A advogada americana de imigração, Lizz Cannon, que morou no Brasil e fala português fluente, acredita que é possível acreditar num novo ano melhor porque nem tudo depende de Washinton D.C. “A administração federal atual não controla todos os aspectos da lei imigratória nem da implementação dela. Minha esperança para esse ano que vem é que o governo de Massachusetts vai continuar defendendo os direitos dos imigrantes e que as cidades e municípios vão continuar sendo defensores do povo que ajudaram tanto a economia e sociedade”.

Mas, assim como Galvão, a advogada acredita que a ação comunitária é importante para um 2018 mais próspero. “Eu espero que o povo imigrante se reúna para defender seus próprios direitos. Mais importante que tudo – que liguem para seus senadores e deputados federais e estaduais para explicar para eles porque eles devem defender seus direitos. Sem participação cívica do povo imigrante não podemos alcançar muita coisa boa”, concluiu.

O próximo ano é época de eleições legislativas, e todos os deputados federais estarão concorrendo a reeleição, assim como metade do senado americano. Não será, então, uma grande oportunidade de mudanças?

Por Marcony Almeida, Co-editor
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